Uma eleição majoritária mexe com as expectativas de todo um país, principalmente de uma nova política econômica ou continuidade da atual. E o mercado imobiliário, que tem registrado um crescimento positivo de dois anos para cá, tem mostrado resiliência e maturidade, mesmo em períodos de crise.
Portanto, a expectativa para o próximo ano, no setor, é positiva, independentemente do resultado das eleições que terão seu primeiro turno neste domingo (2). Para as entidades e empresários do setor no Espírito Santo, não deve haver grandes mudanças na economia, o que poderia afetar o mercado tanto positivamente, quanto de forma negativa.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), Douglas Vaz, a economia atualmente encontra-se em um patamar de estabilidade e em uma rotina de crescimento. “O governo atual tem controlado a economia, mas se houver outro governo e mantiver esse ritmo, a tendência é melhorar. Se houver mudança, tudo vai depender do ministro da Economia”, explica.
No entanto, Vaz avalia que para o mercado imobiliário pode não fazer tanta diferença, já que mesmo com o aumento da taxa Selic (que chegou ao seu menor patamar a 2,5% ao ano e, atualmente, encontra-se em 13,75% ao ano), isso não afetou a construção civil.
O vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, acredita que não haverá uma reviravolta econômica, uma vez que o mercado já conhece os dois candidatos que, atualmente, encontram-se na liderança das pesquisas eleitorais: Luís Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
“A Selic subiu e deve encerrar 2022 com projeções na faixa de 11% a 11,5% ao ano. Por outro lado, as taxas de financiamento não acompanharam esse aumento”, pondera Schubert.
Por outro lado, ele aponta alguns desafios para o próximo ano, como a reforma tributária e a consolidação da reforma trabalhista. “O país tem desafios para qualquer um que se eleger presidente, mas esperamos que isso seja com tranquilidade. Tanto o mercado político quanto o imobiliário estão maduros e com os pés no chão”, avalia.
Apesar de, historicamente, acontecer uma expectativa no mercado financeiro nos períodos de eleição, acarretando oscilações na bolsa e no dólar, por exemplo, este ano teve um comportamento atípico, afirma o gerente comercial da Épura Construtora, Fabiano Martins. “Isso dá a entender que já estamos razoavelmente estáveis, independentemente do resultado que venha a acontecer”, diz.
Esse mesmo comportamento tem sido observado no mercado imobiliário, onde a velocidade de venda vem se mantendo, com as taxas de juros permanecendo em patamares que ainda tornam o financiamento atraente. “Isso mantém o estímulo para potenciais compradores que pretendem utilizar essa modalidade de pagamento”, acrescenta.
Martins enxerga uma maturidade neste segmento. “Enxergando o mercado desta forma, mantivemos todo o nosso cronograma de lançamento, independentemente do resultado das eleições, inclusive com lançamento previsto ainda para 2022”, diz.
O diretor comercial, financeiro e jurídico da Javé, Diego Figueiredo Freire, também concorda que o cenário de controle da inflação e alta de juros da Selic será mantido no próximo governo, independente do presidente eleito.
“Ninguém vai querer mexer no mercado imobiliário, que é base da economia e está em uma subida muito forte. O imóvel é um investimento que não perde valor e a Grande Vitória só tem registrado alta de valorização”, atenta.
Para ele, o crédito está muito forte, além da defasagem de moradia no país, que vai contribuir para a expansão do mercado imobiliário. “Quem quer investir ou mudar de casa, não pode deixar para depois, porque pode perder uma boa oportunidade. O imóvel tem valorização perene. O país é muito grande e tem uma economia que dificilmente vai parar”, diz.
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