O levantamento de outubro do índice FipeZap trouxe uma variação média de 0,59% na valorização dos imóveis no país, onde Vitória volta a encabeçar a lista das capitais com a maior valorização no último mês: 3,05%, seguida de Manaus (2,02%) e Goiânia (1,59%). A mesma evolução da capital capixaba se viu também no balanço parcial de 2022 (18,65%) e na análise dos últimos 12 meses (20,99%).
Já Vila Velha, continua como a cidade com maior valorização no país, desde o início do ano, atingindo 1,98% em outubro, 19,77% na variação de 2022 e 25,11% nos últimos 12 meses.
Enquanto isso, o preço médio do metro quadrado em Vitória foi o segundo mais alto (R$ 10.092), atrás apenas de São Paulo (R$ 10.129) e na frente do Rio de Janeiro (R$ 9.852). Os valores foram medidos com base na amostra de anúncios de imóveis residenciais colocados à venda em outubro deste ano.
Para o diretor de economia e estatística do Sindicato da indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), Eduardo Borges, isso se deve ao fato de Vitória ser a menor capital do Brasil, tanto em área quanto em população.
"Isso faz com que o mercado imobiliário da Capital esteja mais sujeito a volatilidades em momentos de alta e baixa na economia, principalmente por conta da oferta, cuja reposição é lenta na construção de edifícios, agravada pela escassez de terrenos; e na demanda, que varia mais rapidamente”, diz.
Da mesma visão é o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes, que acrescenta também a baixa de lançamentos neste último trimestre na Capital e a demanda contínua por imóveis na região.
“Vitória não tem recebido lançamentos para acompanhar a demanda nos últimos meses, por um conjunto de fatores. Estamos vindo de uma eleição bastante polarizada; temos um evento importante, que é a Copa do Mundo, em um mês com dois feriados nacionais; e dezembro chegam as festas de final de ano. Portanto, os incorporadores postergaram lançamentos para terem melhores opções de negócios no próximo ano”, avalia.
Segundo Fontes, é esperado, para o primeiro trimestre de 2023, uma quantidade maior de lançamentos, principalmente em Vitória. “Este último trimestre já era previsível uma queda dos lançamentos, por conta desses fatores elencados anteriormente. Mas no próximo ano, teremos uma velocidade maior de novos empreendimentos nos três primeiros meses de 2023”, adianta.
Outro ponto a destacar a favor de Vitória e de sua valorização no último mês, é a qualidade de vida do município, em evidência nacional, o que faz com que Vitória se torne desejada como moradia por parte de moradores de outros Estados, principalmente por conta da possibilidade de trabalho remoto.
Em uma média móvel de longo prazo, segundo Borges, espera-se que a valorização do mercado imobiliário seja equivalente ao menos à variação do custo de reposição e construção.
“Se o preço sobe demais, constrói-se mais e a oferta de imóveis faz seu papel de ajuste à demanda. Mas, no caso de Vitória, existe também a variável da escassez de áreas, impulsionando o preço para cima, dificultando a oferta. O que é difícil precisar em quanto isso impacta uma projeção de preços, por ser apenas mais uma variável entre tantas outras”, explica.
Para o presidente da Ademi-ES, os resultados do índice FipeZap vão ao encontro de uma pesquisa, recentemente lançada pela associação a seus associados, em que mostra a valorização de imóveis de Vitória e Vila Velha nos últimos dez anos.
“O relatório mostra que nestes dez anos Vitória teve uma valorização média de quase 10% ao ano. E durante a pandemia, nos últimos dois anos, o valor subiu mais do que essa média. Isso mostra que o mercado imobiliário segue resiliente, apesar de ter passado por uma década considerada perdida na economia e politicamente”, pontua.
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