Dando continuidade ao ciclo de crescimento e maturidade do mercado imobiliário, o índice Fipezap apontou, no levantamento de setembro divulgado nesta quinta-feira (6), nova alta de 0,6% nos preços de venda dos imóveis residenciais. O Espírito Santo ganha destaque com Vila Velha, que é a cidade com a maior valorização do país, acumulando 25,73% na variação anual. E Vitória, que configura como a segunda capital com a maior valorização nos últimos 12 meses, atingiu o índice de 19,13%.
A capital ainda tem o terceiro valor médio do metro quadrado para venda no país (R$ 9.794/m²), ficando atrás apenas de São Paulo (R$ 10.055/m²) e Rio de Janeiro (R$ 9.843 /m²). E no acumulado de janeiro a setembro, registrou o segundo maior índice entre as capitais, de 15,15%, atrás apenas de Goiânia (15,37%). Já Vila Velha repete a dianteira também no acumulado do ano, de 17,45%, sendo seguida por Goiânia (15,37%) e Balneário Camboriú (14,23%).
Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes, esses números mostram uma trajetória positiva, indicando que o mercado vai continuar crescendo de maneira moderada, com expectativa de novos lançamentos para 2023.
Já com relação aos índices, ele vê como responsáveis a escassez de terrenos, principalmente em Vitória, a instalação de empresas na região limítrofe dos municípios, o que provoca uma busca de moradia na capital e o mercado de terceiros bastante aquecido.
“Contribuem também para o aquecimento do mercado o número menor de lançamentos e as vendas aceleradas, que se mantêm em um patamar alto, mantendo a valorização. Em Vila Velha, temos os mesmos motivos que Vitória para essa valorização, além da busca por qualidade de vida das pessoas, que encontram no município praias belíssimas e toda uma rede de comércio e serviços”, acrescenta.
Segundo Fontes, essa valorização deve continuar, principalmente em função da diminuição de novos terrenos para a construção de novos empreendimentos. Quanto a Vitória, por ser uma ilha e a capital do Estado, a escassez cada vez menor de terrenos deve provocar uma alta valorização, transformando a capital em uma das cidades mais caras para comprar e alugar imóvel.
O diretor de economia e estatística do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), Eduardo Borges, também destaca a escassez que provoca a valorização dos imóveis tanto em Vitória quanto em Vila Velha. Para ele, o aumento em ambas as cidades se deve à qualidade de vida no estado, que vem sendo destaque nacional.
“Observamos muitas pessoas de outros Estados migrando para o Espírito Santo. Além disso, do lado da demanda, a valorização alta que vem acontecendo nos últimos anos acaba aquecendo o mercado de compra, visto que as pessoas enxergam o imovel como um bom investimento pelo histórico dos últimos anos de rentabilidade acima da poupança e até mesmo acima da taxa Selic”, analisa.
Já do lado da oferta, em Vitória, Borges ressalta a escassez de terrenos e a grande quantidade de terrenos de Marinha. “Ambos são entraves para novos edifícios residenciais. Vale destacar que a Enseada do Suá alcançou o posto de segundo maior preço por metro quadrado da capital. Isso se dá em virtude dos lançamentos de alto padrão e da perspectiva de melhoria de qualidade de vida no bairro”, diz.
Em Vila Velha, ele destaca que o problema de oferta está relacionado aos serviços públicos. “Podemos atribuir grande parte da disparada de preços de Vila Velha à redução de oferta em virtude de entraves burocráticos de serviços públicos, como a lentidão nos processos de aprovação de projetos na prefeitura, que são morosos em comparação às outras cidades da Grande Vitória, e também nas etapas relacionadas aos cartórios de registros de imóveis”, acrescenta.
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