“Não repara a bagunça”. Você provavelmente já ouviu essa frase de algum anfitrião ou já falou isso para sua visita. Sabendo que é prazeroso ver tudo em seu devido lugar em um ambiente, mas que a faxina também é um hábito cansativo, especialistas explicam como a escolha da decoração influencia na praticidade da limpeza da sua casa.
Para a arquiteta Júlia Guadix, o planejamento para facilitar o momento da faxina deve começar no projeto de arquitetura de interiores do imóvel. “A atenção dedicada à morada nada mais é que uma gentileza consigo mesmo. Sem contar que os espaços se tornam mais agradáveis e nos dão mais disposição para as nossas tarefas cotidianas”, assegura.
A personal organizer Carol Busatto concorda que a disposição dos móveis soltos, da marcenaria e dos materiais que revestem o lar impactam diretamente na rotina de limpeza e de higiene da casa. “A primeira regra é não deixar espaço para a poeira se acumular. Marcenarias que vão até o teto impedem a criação de cantinhos de difícil acesso para higienização, além de produzir mais espaço interno para guardar objetos”, defende.
Situações corriqueiras, como o vão entre um móvel e a cortina, podem fazer toda a diferença. “Recomendo deixar, no mínimo, um espaço de 15 cm para que a cortina tenha o caimento correto e para facilitar o uso de vassouras, aspiradores e afins”, observa Júlia.
Sofás com pés muito baixos cooperam para acumular sujeira. Já os nichos, que visualmente podem proporcionar uma estética interessante, podem ser vilões para quem deseja praticidade. O ideal é optar por prateleiras retas e fluidas e evitar muitas peças decorativas. Assim, basta passar um pano para retirar o pó.
Quanto mais espaço interno, melhor. “Armários nunca são demais. Isso porque o ideal é que cada item tenha o seu local específico para ser armazenado”, defende Carol. Para ela, quando um objeto tem um local fixado para ser armazenado, toda a família incorpora a rotina de retomá-lo ao “seu lugar”.
O piso com toque acetinado torna a limpeza mais fácil quando comparado ao com acabamento polido e brilhante. Já os móveis revestidos com acabamento melamínico ou MDF são mais eficientes e resistentes às manchas ocasionadas por produtos de limpeza, além de quase não riscarem.
Nas bancadas, por exemplo, granito, quartzo ou neolith são menos propensos a problemas e limpos de forma descomplicada. Sobre as tintas, ambientes com maior propensão ao mofo, com os banheiros, requerem tinta acetinadas ou específicas.
Na hora de escolher o material, pesquise bastante e encontre aquele que se adequa à rotina da sua residência. Para limpar, siga à risca as instruções de lavagem da etiqueta ou manual dele.
As cortinas devem ser lavadas periodicamente na lavadora ou em locais especializados quando o tecido tem características mais delicadas. Por isso, escolha aquelas com materiais mais resistentes.
Bancadas grandes facilitam o dia a dia de quem faz as refeições em casa, mas evite lixeiras de bancada neste espaço. Opte pela versão embutida – na bancada ou na marcenaria – para evitar o risco de contaminação cruzada.
Em móveis estofados, o couro é uma ótima pedida, mas o uso de tecidos com proteção impermeável e de capas protetoras são alternativas para quem tem pet ou crianças em casa.
Pisos frios para cozinha, banheiros e área de serviço são os mais indicados. Já nas áreas íntimas, os pisos amadeirados, além de aquecerem o ambiente, são fáceis de higienizar.
A arquiteta Júlia Guadix afirma que a cozinha é um bom começo, visto que, além de ser um dos ambientes que mais acumulam funções, a organização do cômodo passa uma sensação positiva e nos inspira a continuar. “Se tivermos uma rotina de manutenção constante, a tarefa fica ainda mais automática”, recomenda.
Na sequência, tanto na área social quanto na ala íntima, tirar o pó já transforma o aspecto do cômodo. “Fazer a limpeza de cima para baixo para que o pó de uma superfície não suje a outra já ajuda. O chão fica sempre por último: basta passar um aspirador e um pano úmido”, instrui.
Outra dica é estabelecer um cronograma das tarefas domésticas. “Comece listando as atividades e categorizando-as em diárias, semanais, quinzenais, mensais e anuais”, ensina.
“Depois, distribua-as em sua agenda como for mais factível. Uma sugestão é separar, pelo menos, 15 minutos de manhã e 15 no final do dia para organizar a casa, devolver as coisas para os devidos lugares, lavar ou guardar roupa e louça e tirar lixo”, explica, ainda, acrescentando que o segredo é fazer um pouco todos os dias.
E o mais importante: “Lembre-se que todos da casa devem colaborar. Cada um de acordo com sua idade e sua disponibilidade. Assim, fica mais leve para todos”, adverte Júlia.
De maneira geral, um pano seco e macio é o suficiente para retirar o pó. No entanto, alguns locais que demandam a utilização de um pano úmido com sabão neutro precisa ser acompanhado pela finalização com um material seco para evitar o estufamento ou manchas no mobiliário.
“Detergentes coloridos, limpadores multiusos e esponjas ásperas podem riscar ou manchar as superfícies. Sempre se atente à recomendação do fornecedor de cada peça”, lembra, por fim, a arquiteta.
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