Manter uma residência em bom estado de conservação é uma tarefa que requer muitos cuidados. Por isso, muita gente se esquece de concentrar atenção em estruturas importantes, mas não totalmente visíveis, como é o caso das instalações elétricas.
Devido a essa frequente falta de revisão e manutenção das instalações, torna-se comum a ocorrência de problemas, como: choques elétricos; sobrecargas; curtos-circuitos; em casos mais graves, os incêndios; e ainda, aumento da conta de luz.
Dentro da residência, tudo começa no quadro de distribuição, também conhecido como quadro de luz. Ele é o responsável por distribuir a energia para diferentes circuitos, como chuveiros, tomadas e lâmpadas.
“A energia da rua passa pelo medidor da concessionária, também nomeado como relógio, e segue pelos condutores elétricos até o quadro de distribuição onde estão os disjuntores, dispositivo DR e, opcionalmente, o DPS”, explica o gerente de Engenharia de Produto da Sil Fios e Cabos Elétricos, Nelson Volyk.
Importantes para garantir segurança na instalação elétrica, o Dispositivo Diferencial Residual (DR) oferece proteção à pessoa contra choques elétricos, enquanto o Dispositivo de Proteção Contra Surto (DPS) atua na preservação de equipamentos conectados à rede elétrica em casos de descargas atmosféricas e picos de tensão advindos da concessionária.
Da mesma maneira, os disjuntores possuem um papel fundamental de segurança. São eles os responsáveis por desligar o circuito elétrico caso aconteça o chamado curto-circuito. Além disso, oferecem proteção contra sobrecargas de eletricidade, ou seja, quando a quantidade de energia que passa pelos circuitos elétricos supera a capacidade da instalação.
Sabendo disso, atente-se a essas 5 dicas de segurança para manter todas estas estruturas em ordem:
Por trás de uma instalação elétrica segura tem um projeto bem feito. Por isso, é fundamental a contratação de um profissional qualificado, tanto para criação do projeto em si, quanto para sua execução.
“O mínimo que você tem que procurar é um profissional capacitado para fazer o diagnóstico da sua casa. Distribuição de energia mal feita é problema na certa”, afirma o assessor de Engenharia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Eduardo Altoé.
A ausência ou precariedade de um projeto elétrico pode causar muitos problemas na instalação. Um exemplo são os frequentes casos de sobrecarga elétrica causada pelo excesso de tomadas inseridas em um mesmo circuito de energia. Essa sobrecarga, inclusive, é o que gera os chamados curtos-circuitos.
Segundo Altoé, “os aparelhos eletrodomésticos são projetados e construídos dentro de normas e padrões muito rígidos. Então um equipamento não é produzido para dar defeito. Mas, esse aparelho é ligado na rede elétrica por um cabo e uma tomada, e é aqui que começam os problemas”.
Para evitar problemas em aparelhos, e também no circuito elétrico, duas situações precisam ser verificadas. São elas: se os cabos dos aparelhos são compatíveis com a carga, ou seja, se a amperagem do dispositivo corresponde à do cabo; e se as conexões dos aparelhos com os circuitos elétricos estão bem feitas, para que não ocorra curtos-circuitos.
Uma forma de evitar problemas decorrentes de curtos-circuitos é se atentar à presença e compatibilidade dos disjuntores na instalação. São esses equipamentos que protegem os circuitos contra sobrecargas de energia. “Com ele, a quantidade de energia é limitada, evitando o aquecimento excessivo e riscos de incêndios”, explica o engenheiro da Sil.
Além disso, caso ocorra um curto-circuito, eles atuam no desligamento do circuito. “Quando encostados, dois fios energizados resultam em um estouro. Em um mundo ideal, esse fenômeno deve ser de pequena intensidade, pois o disjuntor desliga imediatamente o circuito”, complementa Volyk.
Outra alerta para evitar curtos-circuitos é não utilizar cabos de baixa qualidade. Na instalação elétrica brasileira, caso seja utilizado um cabo de alumínio ou até mesmo os cabos de alumínio cobreado, haverá uma corrosão entre o alumínio e o cobre, chamada de corrosão galvânica que, a curto prazo, resultará em falhas de contato elétrico dos cabos com os disjuntores, tomadas e interruptores.
Isso porque de acordo com as normas técnicas brasileiras, o cabo de alumínio é utilizado na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em sistemas de média e alta tensão, como linhas de transmissão e subestações, mas o alumínio é proibido em instalações elétricas residenciais e comerciais de baixa tensão e existem motivos para isso.
Com isso, o engenheiro de produtos sugere que as pessoas evitem a tentação de optar pelo “produto mais barato”, e ressalta que investir em produtos de qualidade é fundamental para a segurança a longo prazo.
De acordo com a Norma Brasileira (NBR) 5.410 - que rege as condições referentes às instalações elétricas de baixa tensão - não existe um prazo definido para revisão destas instalações, pois depende da necessidade do local o qual ela está inserida.
No entanto, Volyk explica que residências mais antigas e locais maiores que contam com mais equipamentos, como: hospitais, escolas, hotéis e teatros, precisam de inspeção com maior frequência. Já para as demais residências, um prazo de 5 em 5 anos pode ser satisfatório.
Muitos problemas relacionados à instalação elétrica podem ser evitados ao se atentar a sinais, como:
ISABELLE OLIVEIRA é aluna do 26º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionada pela editora adjunta do Estúdio Gazeta Karine Nobre.
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