A onda de calor que tem atingido as regiões Sudeste e Centro-Oeste fez aumentar a demanda de energia elétrica no país. O consumo bateu recordes nos últimos dias, chegando a mais de 101 mil MW, ultrapassando a marca histórica, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). E não deve ser diferente nos próximos meses.
Conforme as previsões do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cpetec), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as temperaturas máximas e mínimas vão ficar acima da média em boa parte do país até o início do próximo ano. O verão começa no dia 22 de dezembro e, como é a estação mais quente, a tendência é que o calor persista.
Nos dias de calor, a demanda por energia aumenta. Com isso, a conta de luz também fica mais cara, especialmente para as empresas. Mas por que isso acontece?
“A chegada da onda de calor refletiu diretamente no consumo de energia no país que atingiu recordes de demanda, a qual foi, na maioria, suprida através da geração de usinas térmicas que são mais caras e poluentes”, conta José Ricardo Meirelles, diretor comercial da Elétron Energy (empresa de energia compartilhada).
“Um uso mais constante dessas térmicas por uma eventual manutenção de temperaturas elevadas pode acarretar aumento do custo da energia elétrica através da incidência das conhecidas bandeiras tarifárias […]”, acrescenta.
Por isso, consumidores e empresas devem começar a repensar sobre o tipo de energia que consomem diariamente para manter o conforto térmico nos ambientes e reduzir o impacto na conta de luz. Mas como fazer isso? É o que o especialista explica a seguir.
Uma das alternativas para economizar neste período é optar pelo uso da energia limpa compartilhada, que também tem sido chamada "energia por assinatura". “Apesar do nome 'energia por assinatura', não há qualquer mensalidade ou valor de assinatura a ser pago mensalmente, além, é claro, da própria conta de consumo de luz, que acaba saindo mais barata, o que faz toda a diferença em momentos como esse, de alto consumo”, explica o especialista.
Segundo José Ricardo Meirelles, “o termo 'energia por assinatura' se popularizou por conta da similaridade que tem com o processo de escolha que já nos habituamos a fazer em relação à operadora de celular ou de TV, por exemplo”.
Como não há necessidade de instalação de placas solares, basta solicitar pela internet a troca do tipo de energia fornecida. O cliente continua recebendo normalmente sua conta de luz, como sempre recebeu. O que muda é o tipo de energia fornecida – energia solar, na maioria das vezes, em vez de energia elétrica – e a economia na conta mensal.
As altas tarifas estão entre as principais reclamações dos consumidores, mas o problema pode ser facilmente resolvido com novas alternativas de mercado, como a compra de energia.
“Uma forma de se proteger desses custos adicionais incidentes nas tarifas das distribuidoras de energia elétrica é a compra de energia no chamado ‘mercado livre de energia’ para os consumidores conectados em alta ou média tensão (Grupo A), em que eles podem definir o seu preço de energia no longo prazo, sem a incidência de bandeiras tarifárias e com o suprimento oriundo de fontes limpas, como eólica e solar”, diz José Otávio Bustamante, fundador da Juntos Energia.
Um dos equipamentos que mais consomem energia elétrica pode permanecer desligado durante alguns banhos nos dias mais quentes. Além de ser uma forma de economizar, proporciona temperaturas amenas e mais refrescantes, visto que a água não chega totalmente gelada à tubulação.
Se for adquirir um novo, prefira os modelos split, mais eficaz por conta de sua tecnologia, que trabalha na medida certa para manter a temperatura agradável, ajudando a reduzir o custo de energia. Não utilize o equipamento com janelas e portas abertas.
O ferro de passar é responsável por até 7% do consumo de energia elétrica mensal de uma residência. Uma dica aqui é juntar o máximo possível de peças para passar de uma só vez, além de usar a temperatura correta para cada tipo de tecido. Mantenha o ferro desligado sempre que não estiver usando — enquanto dobra roupas, por exemplo.
Sabe aquela luzinha que fica ligada na televisão, no relógio do micro-ondas e em outros equipamentos enquanto eles não estão em uso? Ela é responsável por até 12% do gasto energético em residências! Portanto, enquanto não estiver usando, não esqueça de desligar os aparelhos da tomada.
Ainda, evite carregar o celular enquanto dorme à noite, pois ele fica na tomada muito mais tempo do que o necessário. Outra dica é sempre desligar as lâmpadas artificiais quando não estiver usando, pois isso também gasta mais energia.
Por Letícia Carvalho
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