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Da cadeira à tinta: saiba como montar um espaço de estudos dentro de casa

Da cadeira à tinta: saiba como montar um espaço de estudos dentro de casa

É preciso atenção para uma série de fatores, como a iluminação e a escolha de móveis ergonômicos para não prejudicar a postura e a visão do aluno

Publicado em 17 de janeiro de 2023 às 17:41

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O distanciamento físico dificultou a concentração dos pequenos durante a pandemia
O distanciamento físico dificultou a concentração dos pequenos durante a pandemia. (Pixabay)

A pandemia da Covid-19 forçou crianças e adolescentes a estudarem a distância, mas a falta de planejamento e os problemas de concentração afetaram o desempenho escolar de muitos estudantes durante esse período de afastamento social. Depois de quase três anos dessa experiência frustrada, famílias estão mais cientes da importância do ambiente para a produtividade dos filhos nos deveres de casa e no ensino remoto.

A designer de interiores Fernanda Buaiz acredita que “um ambiente de estudos confortável e ergonômico é essencial para manter o foco e para o cumprimento das tarefas escolares diárias no aconchego do lar sem acarretar problemas de saúde”.

Engenheiro eletricista e especialista em Segurança do Trabalho, Sérgio Azevedo concorda: “Quando o espaço de estudo é inapropriado, o estudante tende a sentir desconforto, incômodo e até mesmo dores, o que interfere direta e negativamente na absorção das informações”.

Por isso, os pais estão se esforçando cada vez mais para dedicar um cômodo para os estudos dentro de casa. Mas, para ajudar os filhos a criarem esse hábito, é preciso atenção para uma série de fatores, como a iluminação e a escolha de móveis ergonômicos nesse local para não prejudicar a postura e a vista do aluno.

“Por isso, existe a NBR 14006, que regulamenta os móveis escolares. De acordo com a norma, as cadeiras, por exemplo, devem ter o assento estofado para evitar a compressão da circulação sanguínea nas pernas”, pontua o engenheiro, que também é assessor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES).

Além desse regulamento, há a NR-17, que trata da ergonomia desses ambientes e estabelece uma altura média entre os brasileiros — mulheres medem cerca de 1,60 m, e homens, em média 1,73 m —, e o padrão para a altura ideal de cada mobília.

Confira a seguir cinco pontos-chave de um espaço de estudo adequado em casa:

1 – Cadeira e mesa

A cadeira dos homens deve ter 47 cm de altura do assento até o chão e 26 cm do apoio de braço até o assento. Já para mulheres, ela deve ficar a 43 cm do chão e 24 cm do apoio. “Esses valores visam a manter a postura do trabalhador ereta para evitar sobrecargas de peso na coluna”, frisa Sérgio.

Na hora de escolher o tipo do banco, é recomendável optar por modelos que tenham um bom apoio lombar, o que evita posturas erradas e desconforto. Dessa forma, o encosto da cadeira deve variar entre 100 e 105º, ter 40 cm x 35 cm e, de preferência, possuir regulagem de altura multiponto, com amortecedor e pistão.

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Se você optar por cadeiras giratórias, não deixe de avaliar a base da cadeira, que deve ter cinco pés para evitar quedas. Avalie também se a cadeira tem uma boa estabilidade, se possui reforços e se o material parece se deformar com o uso

Sérgio Azevedo
Engenheiro do Crea-ES
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Além disso, a mesa e a cadeira precisam estar alinhadas de maneira a permitir que toda extensão dos cotovelos e antebraços estejam 100% apoiados em uma superfície, mas sem forçar os ombros para cima ou para baixo. 

No entanto, essas regras variam de acordo com a estatura da pessoa: quem tem menos de 1,70 m vai se sentir mais confortável em mesas de estudo com altura de 65 cm; já as pessoas mais altas precisam de mesas com 70 a 75 cm do chão, de modo que pernas e joelhos fiquem bem acomodados.

Por falar nisso, é necessário que exista um espaço de 30 cm embaixo da mesa para acomodar as pernas. “É indicado que seja formado um ângulo de 90° na dobra das pernas”, afirma Fernanda. 

Cuidados também devem ser adotados na parte posterior  da cadeira, que deve ter uma distância de aproximadamente 60 cm da parede ou de outros móveis. Isso vai ajudar a criança ou o adolescente a ter livre movimentação na hora levantar.

Para as crianças mais novas (e para os mais baixinhos), é mais confortável utilizar um apoio para os pés. “Assim, poderá aumentar o nível da cadeira, posicionando corretamente os braços e os ombros, além de permanecer com a planta dos pés totalmente apoiados em uma superfície plana”, explica ainda a profissional.

2 – Telas

A preocupação com a postura das crianças aumenta com a exposição maior às telas
A preocupação com a postura das crianças aumenta com a exposição maior às telas. (Mikey Harris/Unsplash)

Outro ponto importante é a altura correta do monitor do computador ou notebook. A visão precisa estar na região central da tela e, para posicioná-lo, pense numa linha imaginária que sai dos olhos até o visor para saber se o pescoço e a cabeça estão retos para frente.

Caso não esteja na posição correta, utilize um suporte para levantar o monitor, que deve ficar a 75 cm do piso. “Assim, o pescoço e a cabeça irão se adequar, sem forçar a visão para baixo, evitando sobrecarga e dores na região da nuca, pescoço ou costas”, analisa a profissional de interiores. 

E não se esqueça dos punhos. Eles devem estar bem posicionados na hora de digitar e mexer no mouse com um apoio ergonômico para deixá-los retos.

3 – Tintas

O uso de cores neutras para os móveis fixos e soltos são fundamentais para trazer leveza ao ambiente, que ficam menos cansativos com o passar dos anos, trazendo um investimento a médio e longo prazo, de forma atemporal. Por outro lado, não é preciso abrir mão das cores vivas, que dão um toque de destaque em cadeiras, luminárias de mesa, papéis de parede e detalhes decorativos para o ambiente de estudos.

“Algumas cores que aguçam os sentidos são o azul, que ajuda na criatividade, tranquilidade e alegria, e o verde, que transmite equilíbrio e estabilidade das emoções”, analisa a especialista em desenho de interiores.

4 – Iluminação

A melhor escolha é aquela que oferece uma leitura adequada e que traz conforto visual, dado que o excesso de luz é tão prejudicial como a falta de iluminação.

Se o seu ambiente for para realizar estudos mais prolongados, o ideal é optar pelas lâmpadas brancas frias entre 5.000K e 6.500K, que estimulam a atenção e a concentração, dando uma iluminação mais aberta e homogênea. Isso porque as luzes amareladas propiciam o relaxamento e, consequentemente, podem deixar o estudante sonolento.

Também é importante que a lâmpada não aqueça quando estiver em funcionamento, por isso as luminárias de mesa são as peças mais indicadas para escrivaninhas, mesas de estudo e bancadas. Outra dica é optar por lâmpadas de LED, que são eficientes e duráveis.

5 – Temperatura

É importante também que o ambiente não seja nem quente nem frio demais, mantendo a temperatura entre 20 e 24° C. Para garantir conforto térmico, aposte em aparelhos de ar condicionado ou ventiladores sem ruídos e que são regularmente limpos devido à entrada constante de poeira e de partículas de ar nesses aparelhos.

“Manter luz e temperatura boas, definir móveis e cores adequadas é fundamental para fazer com que a atmosfera desejada fique funcional e convidativa ao conforto ergonômico e visual em benefício de bons estudos em temporada de volta às aulas", finaliza Fernanda.

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