Mofo só é bom no queijo – e olhe lá. Quando está na parede da nossa casa, já bate o desânimo de chamar os amigos para um jantar. O mofo, também conhecido como bolor, é um conjunto de microrganismos que se desenvolvem em locais úmidos e na presença de matéria orgânica. Quando surgem em lugares fechados, podem atacar não somente as crises alérgicas, como também as estruturas da alvenaria, do teto, do piso e do mobiliário da sua casa.
Esse fenômeno também pode indicar que há problemas de impermeabilização da laje, mas pode ser facilmente evitado com mudanças simples de hábito. É o que acredita o engenheiro Giuliano Battisti, gerente de Relacionamento Institucional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES).
"Quando isso acontece, em pouco tempo, pode-se perceber o aumento de manchas no local, perda de qualidade na pintura, que descasca ou apresenta bolhas. Com o passar do tempo, a situação tende a piorar, causando mais danos na pintura, no reboco, tijolos e até mesmo na própria estrutura do imóvel, especialmente se o quadro se prolongar por muitos meses e anos", explica.
De acordo também com Roberto Figueiredo, o "Doutor Bactéria", o mofo, por ser um veneno produzido por seres vivos, pode desencadear vários problemas relacionados ao cérebro, desde a perda de memória até o aumento da ansiedade.
“Ao inalar o mofo, geralmente, os pelos na mucosa do nariz servem como barreira, mas caso alguma partícula de fungo consiga chegar até o pulmão e região da garganta, doenças respiratórias podem surgir, como a pneumonia fúngica e a sinusite fúngica”, destaca o "embaixador" de uma das marcas da Bettanin.
Para evitar ou reduzir a incidência desse problema durante ou após a obra, é importante, primeiramente, eliminar a causa de aparecimento do mofo. “O motivo se deve, geralmente, ao fato de grande parte dos problemas com mofo serem causados por falta de impermeabilizações, vedação e drenagem adequadas”, garante.
Se, ainda assim, aparecer mofo na área externa do imóvel, a orientação do gerente do Crea é misturar uma parte de água sanitária com uma parte de água e adicionar um pouco de detergente. Essa mistura deve ser aplicada por um adulto, com luva, utilizando uma escovinha. E atenção para não respirar o cheiro da solução e proteger os olhos e a pele.
Caso o mofo esteja na parte interna da casa, a dica dele é utilizar uma outra mistura: uma parte de água com uma parte de água oxigenada dez volumes ou desinfetante.
“Antes de aplicar qualquer produto de limpeza em superfícies, deve ser feito um pequeno teste em uma área mais escondida da pintura para ter certeza que não ocorrerão manchas no local aplicado. Na dúvida ou em casos de presença de muito mofo, busque um profissional de sua confiança para eliminar as verdadeiras causas de seu aparecimento.
Arejar o ambiente é a principal dica de como evitar mofo. “Como normalmente os cômodos mais úmidos, como banheiros e cozinhas, não têm janelas, é fundamental deixar a porta sempre aberta”, explica o personal organizer, Salvador Corrêa Neto. Lembrando que, durante o período do inverno, também é necessário viabilizar a passagem de ar por toda a casa.
Criar o hábito de colocar as roupas de frio para "tomar um ar" durante o ano – e não só no inverno – e hidratar e higienizar peças de couro garantem que o guarda-roupa e as próprias vestimentas durem mais.
Com menos coisas em casa, fica mais fácil manter a limpeza em dia. Isso, porque, a poeira doméstica contém, entre outras partículas microscópicas, mofo.
As embalagens fabricadas com esse material costumam ser jogadas no lixo. Mas saiba que elas podem servir de capa para proteger as peças de roupa e os sapatos do mofo ou bolor dentro de guarda-roupas e armários. Diferente do plástico, o tecido TNT protege e permite que tenha circulação de ar entre a peça, a capa e o local de armazenamento. Outras dicas são usar saquinho de organza com giz, folha de louro e canela em pau, que são artimanhas que afastam traças e umidade nos objetos da casa.
Hoje em dia existem soluções químicas e utensílios próprios para essa situação, que agem como protetores do mobiliário, evitando a umidade e mantendo o mofo longe do local. Eles são ótimos para quem possui uma vida corrida e não consegue fazer essa supervisão o tempo todo.
A prevenção do mofo, no entanto, não só pode, como deve, ser evitada durante a elaboração do projeto do imóvel. Para ter certeza de que tudo está sendo feito corretamente, confira este checklist recomendado pelo representante do Crea-ES:
“Cabe destacar que as manutenções no imóvel devem ser seguidas conforme orientações da construtora, dos responsáveis técnicos pela obra ou dos apontamentos realizados em inspeções e vistorias periódicas. A ausência de manutenção preventiva e corretiva faz com que a eficiência de uma obra bem projetada e executada seja reduzida com o passar dos anos”, finaliza Giuliano Battisti.
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