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Quais os cuidados ao usar o imóvel como garantia do refinanciamento?

Quais os cuidados ao usar o imóvel como garantia do refinanciamento?

Por ser um tipo de opção com juros mais baixos e prazo de pagamento de até 400 meses, essa modalidade de crédito tem atraído mais interessados; no entanto, é importante entender seu funcionamento

Publicado em 27 de outubro de 2022 às 15:19- Atualizado há 2 anos

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Refinanciamento de imóvel
A facilidade da aprovação do crédito e a possibilidade de obter o recurso antes de quitar o imóvel podem impactar na escolha do refinanciamento. (Freepik)
Mikaella Mozer*
Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]

O  refinanciamento imobiliário é um modelo de empréstimo que tem chamado a atenção das pessoas, principalmente por oferecer taxas de juros mais baixas e prazo de pagamento em até 400 meses. Esse tipo de contrato, também conhecido como empréstimo com garantia de imóvel, consiste em colocar a casa como garantia de pagamento.

A facilidade da aprovação do crédito e a possibilidade de obter o recurso financeiro antes de quitar o imóvel, são fatores que podem impactar na escolha dessa modalidade. Segundo o executivo da Gava Crédito Imobiliário, Ricardo Gava, o dinheiro pode ser utilizado da maneira que a pessoa desejar.

Aspas de citação

A pessoa pode fazer um novo projeto dentro do seu imóvel, reformá-lo, viajar, abrir uma empresa. Usar esse dinheiro como capital de giro ou mesmo pagar uma dívida.

Ricardo Gava
Executivo da Gava Crédito Imobiliário
Aspas de citação

Apesar da facilidade, algumas regras precisam ser cumpridas para conseguir o crédito: ter a casa registrada no nome de quem solicitar o renegociamento, não ter o nome negativado e não ficar sem pagar as parcelas.

Por outro lado, o economista Vaner Corrêa alerta sobre os perigo de perder a casa com o empréstimo. De acordo com o especialista em engenharia financeira, quando a pessoa fica sem pagar as parcelas, o banco pode executar a casa. 

“Se for contratado um valor que consome até 30% da renda bruta, chega um momento em que a pessoa não tem condição, pois é um empréstimo com um tempo muito longo. Então, pode ser que a pessoa desequilibre suas contas e, dependendo da situação, chegar a perder a casa”, avisa o economista.

Vaner indica, como premissa, não se endividar para não precisar de usar o refinanciamento. Mas caso aconteça, o caminho é tentar amortizar a dívida e depois financiar através da renda. "É muito perigoso. As pessoas não deveriam optar por essa modalidade de crédito. O bem de família é uma coisa única e traz dignidade para muito gente", avisa.

Imóveis não quitados

A negociação também pode ser feita com imóveis ainda ainda não quitados, mas o valor liberado é menor. Por exemplo, se a pessoa precisa de um crédito e dá como garantia um imóvel de R$ 200 mil que ainda está sendo quitado, sendo que ela já pagou R$ 180 mil, o banco vai liberar R$ 50 mil, um valor menor que o do imóvel.  Mas desse montante, R$ 20 mil são destinados para finalizar o pagamento da residência. O restante, ou seja, os R$ 30 mil, serão o valor que a pessoa terá de empréstimo. Os R$ 50 mil na íntegra só seriam possíveis de receber se a casa já estivesse com o saldo total pago. 

A linha segue a mesma para imóveis já quitados. A diferença é que a instituição financeira não precisa pagar a dívida da casa. Sendo assim, o imóvel será somente uma garantia para a empresa, e dessa forma, as chances aumentam de uma quantidade maior de dinheiro ser oferecido no refinanciamento. 

Gava também falou sobre a atenção necessária durante o refinanciamento. De acordo com o executivo, as pessoas devem ficar atentas para não cair em pegadinhas, além de indexadores voláteis (variação de um ativo). Elas podem tornar uma operação, que deveria ser segura, em alto risco pela flutuação durante o período. Ele indica contratar com taxa fixa mais taxa referencial (TR) por garantir menor volatilidade ao financiamento a longo prazo.

Apesar do alerta, Gava ainda considera interessante esse modelo de empréstimo e que é só o cliente ter sempre um acompanhamento para tomar a decisão mais correta para a situação.

Vai optar pelo refinanciamento? Atenção a essas dicas

  • 01

    Avaliar a necessidade

    Uma das dicas dos economistas é avaliar se é necessário esse empréstimo e se não há outras formas de pagar as dívidas, como buscar amortizar o valor. 

  • 02

    Comprometimento da renda

    O refinanciamento de imóvel pode comprometer até 30% da renda mensal. Por isso, é preciso ficar bem atento ao escolher esse formato de crédito e tomar cuidado para não se envolver com outros compromissos financeiros. Caso isso aconteça, você deve tomar cuidado para não afetar o pagamento das parcelas e nem o seu padrão de vida.

  • 03

    Acompanhamento

    Não faça sozinho! Contrate uma empresa ou profissional especializado em crédito imobiliário para fazer o acompanhamento do processo. Dessa forma, é menos provável que seja enganado ou opte por soluções com taxas abusivas.  

  • 04

    Planejamento

    Planejamento é a palavra-chave. Esteja preparado para emergências e tenha certeza de que despesas essenciais - como comida e energia - não sejam afetadas. Com isso, há menos chances de faltar dinheiro para pagar as parcelas, ou seja, menos risco de perder o imóvel.

  • 05

    Onde contratar

    A ajuda de uma instituição financeira é importante para tomar a melhor decisão. As opções são os bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de desenvolvimentos e casas de financiamento. Mas fique atento, pois essas instituições precisam ser regulamentadas pelo Banco Central. O CNPJ da financeira deve estar ativo e as documentações têm sempre de vir completas.

Mikaella Mozer é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionada pela editora adjunta do Estúdio Gazeta Karine Nobre.

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