Com as redes sociais, o “cardápio” de profissionais para planejar e executar sua obra ou reforma está literalmente na palma da sua mão. Só rolar o feed e chamar o arquiteto ou designer de interiores por mensagem direta para pedir um orçamento. Entretanto, quando a escolha não é tão acertada, pode acarretar em desperdício de dinheiro e tempo, e as expectativas do contratante não serão alcançadas.
Por outro lado, é indiscutível a importância da presença de um profissional da área em qualquer tipo de obra na sua casa para garantir que todas as especificações que uma construção exige sejam cumpridas.
A cautela na hora de contratar não é uma exclusividade do ramo. Para a head do Archathon, Nathalia Hartung, como em todo segmento, existem bons e maus prestadores de serviço. A empresa é uma plataforma plataforma de contratação de arquitetos via concorrências e concursos digitais de projetos de arquitetura e design.
"Isso demanda certos cuidados na hora de escolher um escritório ou profissional específico para seu projeto, especialmente na internet, que pode criar distorções entre o que é visto no mundo virtual e na realidade", afirma.
Para o arquiteto do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU-ES), João Marcelo Moreira, as preocupações, obviamente, não devem existir somente na barra de busca das plataformas digitais, mas as chances de cair em armadilhas nesse universo são maiores. “Hoje, a internet é uma verdadeira vitrine para o profissional de Arquitetura, uma vez que todo mundo tem acesso a esses perfis, mas o cuidado se dá nos mesmos moldes quando éramos reféns das indicações de boca a boca do melhor profissional”, aponta.
Para entender melhor como você pode evitar problemas na hora de contratar esse tipo de profissional pela internet, consultamos especialistas e separamos 5 dicas para ficar de olho na hora de escolher um profissional:
A arquiteta Gabriella Leles considera que o primeiro passo é analisar se as fotos dos projetos em sites ou perfis de escritórios de arquitetura em redes sociais são de trabalhos prontos ou são projetos em 3D. "Isso porque, quando um perfil apresenta mais fotos de obras já executadas indica que os profissionais executam determinada proposta com mais facilidade", afirma.
A profissional também recomenda que o contratante filtre profissionais ou escritórios especializados. "Para os ambientes comerciais, elementos como acústica e iluminação devem ser aplicados de forma diferente do que em residências", cita como exemplo.
Ainda no caso de projetos comerciais, "é interessante pesquisar se um escritório tem o costume de atender tipos específicos de estabelecimentos, como projetos de lojas ou clínicas".
Para João Marcelo, a inspeção deve alcançar um patamar ainda mais profundo: “Mais do que saber qual é a especialização do arquiteto, vale o alerta que muitas pessoas que se dizem ser capacitados e atuam na área, não têm a qualificação adequada. Para isso, consulte o CAU do seu Estado para saber se a pessoa que você pensa em contratar tem inscrição ativa”, orienta.
Outro ponto que deve influenciar a decisão é o tamanho da obra. Se o cliente procura uma reforma simples ou voltada apenas para design de interiores, nem sempre será necessário que o arquiteto ou designer o acompanhe presencialmente. Mas para aqueles projetos mais complexos, é interessante que o profissional faça visitas. "O cliente, neste caso, deve se atentar também à localização do escritório: se é de fácil acesso ao local da obra e se é viável para ambas as partes", sugere Gabriella.
Hoje em dia, é comum fazer o planejamento do projeto com um escritório e contratar uma empresa especializada para a execução.
“O que me preocupa é a existência de diferenças entre as leis de cada região. Em Vitória, por exemplo, o código varia com relação a outras cidades da Região Metropolitana da Grande Vitória. Imagina se for de outro estado? Algumas situações podem acarretar em multa ou notificação de prefeituras, o que causa transtornos e isso nem sempre é fácil de ser resolvido a distância”, avalia o conselheiro do CAU capixaba.
A falta de uma comunicação adequada também pode fazer com que o resultado seja desastroso. Escolha um arquiteto ou designer de interiores que atenda exatamente às suas necessidades e desejos, e isso só depende do diálogo transparente com esse profissional. Se houver um fio solto ou um mal-entendido, as expectativas do cliente podem não serem alcançadas.
Conferir os comentários e feedbacks de outros usuários muda tudo, contudo, uma dica a mais é verificar se algum amigo de confiança segue aquele perfil. Se sim, sonde-o para ver há quanto tempo a pessoa acompanha aquele trabalho e se já contratou o dono do perfil.
Outra preocupação é a possibilidade de compra de seguidores. “Desconfie de um número alto de pessoas seguindo e pouco engajamento nas publicações. É um forte indício de que algo está errado”, avisa João Marcelo.
Uma alternativa mais prática, segundo Gabriella Leles, é recorrer aos marketplaces voltados exclusivamente para arquitetura, que ganharam força nos últimos anos por automatizar o processo de busca, de alinhamento de ideias e de seleção de profissionais.
Uma delas é a plataforma Archathon, que conta com mais de 80 mil profissionais e promete entregar três propostas com o conceito do projeto em 21 dias.
Para Nathalia Hartung, head da empresa, o grande trunfo da ferramenta é entregar eficiência em casos que demandam um curto espaço de tempo. “O cliente não depende de um único arquiteto. Criamos um processo de qualificação para o cliente em que selecionamos o profissional que mais se adeque às suas necessidades e entregamos três projetos conceituais para análise comparativa. Você gasta exatamente o que precisa com o projeto e o arquiteto entrega mais do que você imagina", explica.
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