Seja por independência ou consequência de algum evento específico, sair da casa dos pais requer planejamento e organização. Por isso, reunimos algumas dicas para quem pretende morar sozinho em 2021.
Segundo especialistas, é importante ficar atento à localização do imóvel, tipologia do empreendimento, legibilidade do contrato e manter uma educação financeira considerando a renda mensal. Para auxiliar nesse processo, é bom contar com a ajuda do corretor.
Como sair da casa dos pais é um passo importante na vida de qualquer um, a agente de relacionamento Shirlla Alves Rocha precisou realizar um estudo da renda mensal para se organizar antes de tomar qualquer decisão definitiva.
“Economizei e acumulei uma reserva em caso de qualquer imprevisto. Fiz uma base de cálculo para saber o quanto eu gasto e encaixar as minhas despesas dentro do meu salário para não perder qualidade de vida”, comenta Shirlla.
Ela conta que saiu da casa dos pais em junho de 2020 e foi morar em uma república. Shirlla afirma que tomou essa decisão porque queria, antes de tudo, saber como era o processo. Hoje, a agente de relacionamentos mora com a namorada, mas tem planos para em breve morar sozinha.
“Se eu não tivesse me organizado eu não teria conseguido sair de casa. Hoje, aprendi a me educar financeiramente, já que antes gastava sem necessidade. Entendo melhor quanto preciso poupar”, explica Shirlla.
Para quem também planeja sair da casa dos pais e morar sozinho, especialistas reuniram abaixo 8 dicas de como se organizar e escolher o imóvel mais adequado para aluguel.
Para o arquiteto e conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU-ES) Max Melo, o primeiro passo é considerar a localização. Segundo ele, é preciso estudar a mobilidade, o acesso ao imóvel e a proximidade do emprego ou faculdade. “Antes de fechar negócio é importante localizar padarias, supermercados e conhecer o entorno do imóvel. Se está muito próximo a restaurantes ou bares, por exemplo, o conforto acústico pode ser comprometido”, explica Max.
Além disso, Max Mello ressalta que é importante entender as necessidades pessoais para escolher um empreendimento confortável. Visitas ao imóvel são recomendadas para avaliar as condições climáticas e a quantidade de ambientes. “Avalie se o local possui uma boa iluminação para que não seja necessário acender luzes durante o dia e economizar na conta de energia. Fique atento também para a ventilação natural e cruzada, a fim de permitir um fluxo natural de ar no imóvel”, indica Max.
Para economizar na hora de comprar os móveis, ele alerta para o contrato de locação. De acordo com o arquiteto, é importante avaliar o tempo de renovação do documento, antes de investir em melhorias na decoração ou em utilitários mais caros. “É possível encontrar imóveis para aluguel com o mobiliário básico, então no início é melhor dar preferência a esses lugares. Com o tempo, você pode investir na decoração e contratar um profissional que ajude a tornar o espaço mais agradável”, comenta Max Mello.
Além dos documentos pessoais, como identidade, comprovante de renda e residência, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo (CRECI-ES), Aurélio Dallapicula, destaca que atualmente existem diferentes opções de locação, por isso, esse protocolo pode variar. “Normalmente, é solicitado uma garantia constituída pelo fiador. Além disso, também existem opções de seguro fiança e títulos de capitalização, em que o locatário fornece uma quantia para assegurar a preservação do imóvel”, explica Aurélio.
O presidente do CRECI-ES destaca que “o contrato de aluguel precisa estar de acordo com a Lei das Locações (Nº 8245/1991) e tudo que está na legislação precisa ser cumprido”. Por isso, é importante estudar o documento para entender as exigências legislativas e os direitos do locatário. Como exemplo, durante o prazo estipulado para a duração do contrato, o locador não pode reaver o imóvel. O locatário, entretanto, pode devolvê-lo, pagando a multa proporcional ao tempo estipulado ou a quantia que for judicialmente estabelecida.
A educadora financeira Lorena Milaneze afirma que a organização econômica deve antecipar qualquer decisão. Por isso, ela alerta para a importância de realizar um diagnóstico da renda mensal para compreender os limites de investimento ao alugar um imóvel. “Primeiro a gente se organiza e depois toma a decisão de sair de casa. Isso porque é preciso analisar quais as despesas a pessoa possui e quais as fontes de receita. Depois que ela se compromete com o aluguel, a responsabilidade aumenta e passa a ser uma nova realidade”, explica Lorena.
Lorena também afirma que estabelecer uma porcentagem de comprometimento da renda só é possível após o diagnóstico financeiro, afinal isso deve respeitar a realidade de cada um. Entretanto, ela indica o valor mínimo de 10% das economias para a criação de uma reserva. “Sugiro isso para ajudar a pessoa a ter tempo na hora de tomar decisões, caso aconteça alguma coisa e ela precise romper o contrato que, geralmente, aplica multa nessas situações'', ressalta Lorena.
Além do aluguel como custo fixo, a educadora financeira afirma que ao morar sozinho, a pessoa também precisa considerar os custos invisíveis que antes não eram tão expressivos ao morar com os pais. “Agora ela começa a arcar com custos que não estava acostumada, como a alimentação, contas de energia, água, condomínio e até as plataformas de streaming como diversão”, pontua Lorena.
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