O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa básica de juros, chamada de taxa Selic, para 2,25% ao ano, com corte de 0,75 ponto percentual. Este é o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. No caso do mercado imobiliário, especialistas indicam que essa diminuição pode contribuir para que as taxas de financiamento fiquem mais atrativas.
Quanto menor for a taxa, mais vantajoso para quem toma o empréstimo no banco. A redução histórica da taxa Selic possibilita um cenário mais favorável para aquisição de imóvel, já que o financiamento bancário é a modalidade de crédito mais buscada pelos brasileiros para concretizar a compra, explica Sandro Carlesso, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-ES).
Nesse sentido, o panorama é muito positivo para comprar um imóvel, ressalta Francisco Rodrigues, economista e educador financeiro. Nos últimos meses, os juros do financiamento têm diminuído. Isso já vem sendo sinalizado pela Caixa.
Para ele, a Selic afeta a vida das pessoas por movimentar e influenciar a inflação. Se ela estiver maior, a inflação será maior. Com a inflação menor, gera um consumo maior, pontua.
Atualmente, alguns bancos financiam até 90% do valor total do imóvel, dependendo da renda e análise de crédito do cliente. Apesar dessa grave crise de saúde, as bases que trouxeram o mercado imobiliário até aqui ainda estão de pé. Não estamos falando de um bem supérfluo. As pessoas continuam necessitando de moradia. Os juros permanecem atrativos, assim como as condições para o financiamento bancário, observa Sandro.
A composição do preço do imóvel leva em conta diversos fatores. O primeiro deles é o custo de construção, seguido das questões relacionadas ao terreno e valorização da área, entre outros elementos. O ambiente externo como um todo, incluindo a disposição do crédito, juros, controle da inflação e a economia, também pode interferir na escalada mais lenta do preço, frisa Sandro.
Para Francisco, o patamar histórico da Selic é interessante para aqueles que fizeram um planejamento de longo prazo. Quem tinha uma estimativa de comprar um imóvel com a taxa a 6% ao ano e ela diminui para 2,25%, os poderes de compra, de pagamento e de negociação com o banco aumentam. Aqueles que tiverem um pouco de paciência podem ter melhores oportunidades no segundo semestre também. É uma decisão que exige muita consciência financeira.
A Selic é a taxa básica de juros da economia.
É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação.
Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
A taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia.
O BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom).
O nome da taxa Selic vem da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Tal sistema é uma infraestrutura do mercado financeiro administrada pelo BC. Nele são transacionados títulos públicos federais. A taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados nesse sistema corresponde à taxa Selic.
Quando o Banco Central altera a meta para a taxa Selic, a rentabilidade dos títulos indexados a ela também se altera e, com isso, o custo de captação dos bancos muda.
Uma redução da taxa Selic, por exemplo, diminui o custo de captação dos bancos, que tendem a emprestar com juros menores.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta