Eles estão por todos os lugares. Tons de azul, vermelho, amarelo, verde e outras cores dominam os ambientes e podem até influenciar no humor. Em tempos de pandemia, quando o home office faz parte da rotina de milhares de pessoas, prestar atenção nas cores que estão ao seu redor pode auxiliar na produtividade e concentração durante as horas de trabalho.
“Diversos estudos comprovaram a influência das cores na percepção do espaço e no entendimento psicológico do ambiente”, explica a arquiteta e designer de interiores Fernanda Calazans. “O ideal é reservar o espaço do home office com privacidade. A mesa de jantar funciona por uma semana, mas com o tempo isso pode afetar a saúde mental e demandar mais energia para o trabalho”, pontua.
Por isso, Letícia Rodrigues decidiu redecorar uma parte da casa. Com a rotina de home office, a publicitária percebeu a necessidade de um espaço aconchegante para trabalhar.
Ela conta que mora com um amigo arquiteto e antes passou um tempo considerando se valia a pena reformar o imóvel que eles alugam. Após as mudanças na decoração, o espaço compartilhado auxiliou no aumento do conforto e da produtividade no dia a dia.
“Queria usar o amarelo por causa da luz do sol, além da sensação de clareza, organização e sentir que ele dá um pouco de vida. Outra coisa que compõe o nosso home office é o verde com as plantinhas. Isso porque eu queria algum elemento externo, já que ficamos muito tempo dentro de casa”, explica.
Para quem deseja seguir os passos de Letícia, o arquiteto Lucio Rossi recomenda definir o tipo de atividade a ser realizada no ambiente. Além disso, ele ressalta que é preciso estudar a iluminação. Isso porque de acordo com a saturação da tonalidade, ela pode ser mais ou menos refletida.
“A cor precisa sempre estar alinhada com o sentimento. Os advogados, por exemplo, necessitam de muita concentração, então as cores muito sóbrias não são as mais recomendadas porque não energizam o ambiente e fazem com que a pessoa perca o interesse”, indica o arquiteto.
Para auxiliar, especialistas listaram algumas tonalidades e explicaram os efeitos que cada uma pode aplicar no ambiente. Confira abaixo:
Se o objetivo é ter um ambiente calmo e sereno, tons de azul podem ser uma boa pedida. Mas a designer de interiores Flávia Dadalto destaca que é preciso prestar atenção na gama de possibilidades. “O azul geralmente está associado ao poder de relaxamento. Quando falamos dessa cor, já pensamos em um tom mais leve, mas se estivermos falando de uma tonalidade mais próxima do cinza, ela já não transfere a mesma sensação”, explica.
Para aumentar a vivacidade do ambiente, o arquiteto Lucio Rossi indica tons avermelhados. “Cores mais quentes tendem a aguçar o nervo ótico, então as pessoas ficam mais em alerta. Por isso, esses tons são recomendados se você tem a intenção de construir um ambiente de maior concentração e energia”, recomenda.
Cores vibrantes ajudam na imaginação. Flávia Dadalto afirma que ambientes com tons de amarelo e laranja desenvolvem maior dinâmica e por isso a criatividade acaba sendo estimulada. Para quem não é muito fã dessas tonalidades, a dica é mesclar com diferentes texturas, assim o ambiente fica mais aconchegante.
Para a maioria, o verde lembra a natureza. Por isso, Flávia Dadalto recomenda a tonalidade para tornar o ambiente mais harmônico. Segundo a designer, tons esverdeados são ótimos para melhorar a vibração do home office e equilibrar o espaço.
Apesar de não ser a cor mais usual, a arquiteta e designer de interiores Fernanda Calazans explica que tons de rosa também podem ser uma alternativa para quem procura um ambiente mais sereno. “O rosa mais claro não é uma tonalidade muito comum, mas ele pode ser usado para acalmar e relaxar também”, destaca.
Apesar de ser muito utilizado em escritórios e ambientes mais minimalistas, o branco precisa de atenção. “Ele dá luminosidade, mas precisa ser combinado com outras texturas. Isso porque a intensidade solar é muito alta e causa um reflexo muito forte”, observa Fernanda Calazans.
De acordo com especialistas, não basta apenas pensar na cor da parede. É importante estar atento a outros detalhes, como os elementos complementares da decoração.
“A cor complementar está sempre oposta à tonalidade escolhida no espectro de coloração. Se usamos azul, por exemplo, para combinar, utilizamos tons alaranjados. Por ter uma concentração menor, ela não influencia na sensação transmitida pela cor base, mas ajuda na harmonia e sensação de aconchego”, explica o arquiteto Lucio Rossi.
Além disso, também é possível combinar textura, iluminação e investir em uma decoração mais harmônica sem utilizar apenas os clássicos tons neutros.
“As pessoas têm muito medo de utilizarem cores e acabam apostando no branco, porque a chance de erro é menor. Alguns clientes acham que vão enjoar do ambiente, mas não existe nenhum espaço eterno. Em algum momento você vai querer fazer uma mudança”, finaliza Flávia Dadalto.
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