De repente, aquela esteira ergométrica que ficava guardada no quarto da bagunça passa a funcionar na sala, dividindo o espaço com o tapete de ioga e com o cantinho do home office. Nesta pandemia, o modo de olhar para a funcionalidade da casa está em fase de mudanças. A partir de agora, as escolhas dos moradores ficam mais criteriosas.
Para a arquiteta Patricia Penna, as casas vão exigir, daqui para a frente, acabamentos, móveis e objetos que demandem facilidade de manutenção e de limpeza. A questão do isolamento irá estimular o desejo dos moradores em tornar o lar mais aconchegante, de ter um espaço adequado para o home office, além de valorizar os ambientes de lazer dentro de casa para aproveitar os momentos com a família, ressalta.
Segundo ela, a pandemia desencadeou a necessidade de melhorar a higienização dos ambientes e, além disso, as pessoas repensarão os espaços internos dos lares.
É preciso considerar que o lazer será dentro de casa, até termos segurança para poder voltar aos locais de convívio externo. Atividades que eram feitas fora de casa, como ir à academia, trabalhar, ir ao cinema, sair para jantar, ficaram em segundo plano. Então, a casa no futuro deverá atender a todas essas necessidades, comenta Penna.
Além de montar um ambiente para trabalhar com tranquilidade, a profissional aponta que as pessoas farão mais exercícios dentro dos lares e, por isso, investirão em uma bicicleta e em uma esteira, por exemplo. A casa certamente passará por uma transformação. O design será mais simplificado, mais objetivo, facilitando a manutenção e limpeza. Além da ressignificação de ambientes que antes não recebiam a devida atenção dos moradores com o objetivo de trazer maior qualidade de vida, acrescenta Patricia Penna.
De acordo com o arquiteto Bruno Moraes, os apartamentos maiores e as casas podem ser mais procurados depois da pandemia. Na verdade, isso está acontecendo. Podemos observar que as incorporadoras já estão pensando nisso. As pessoas irão procurar imóveis maiores, analisarão vários outros aspectos, que antes elas não dariam tanto valor, como ter um imóvel com uma varanda grande e com um espaço confortável na sala, indica.
O arquiteto sinaliza que as janelas amplas e varandas serão vistas com mais cautela depois da pandemia. Tudo isso será muito pautado, como a questão de ventilação, por exemplo. Antes, as pessoas não faziam tanta questão, pois tinham o ar condicionado no escritório e não precisavam abrir as janelas. Hoje, elas se preocupam se as janelas abrem e se há ventilação cruzada.
Segundo a arquitetra Carina Korman, a instalação do ar-condicionado deverá ser reconsiderada e com limpeza permanente. Hoje em dia, muita gente acaba esquecendo de limpar, nos casos de ar condicionado com dutos. Os retornos deverão ser repensados para ter uma troca de ar interno do ambiente.
Ainda de acordo com Carina, os lavabos e outros ambientes que colaborem com a higienização serão mais solicitados após a pandemia, como sapateiras e roupeiros na entrada das residências. Acho que cada vez mais as casas e apartamentos deverão ser mais aconchegantes. Varandas, plantas, jardins serão essenciais para trazer a natureza para dentro de casa, e os ambientes de trabalho também serão mais bem pensados para facilitar a vida dos moradores, finaliza.
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