O mercado imobiliário vem passando por uma nova fase, de alta demanda, principalmente por imóveis mais espaçosos, destacando-se aí condomínios de casas e lotes ou loteamentos, a partir do segundo semestre do ano passado. Por outro lado, os imóveis econômicos, principalmente os de dois quartos, ainda continuam sendo o carro-chefe das vendas do setor no Espírito Santo. Essas e outras tendências do mercado imobiliário capixaba podem ser conferidas na revista digital interativa "Boom Imobiliário 2021", que traz um panorama do segmento.
Segundo o diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES) Leandro Lorenzon, os apartamentos compactos de 1, 2 e 3 quartos permanecem no topo das vendas. “São imóveis que atendem ao tamanho das famílias de hoje. Apesar de que, durante a pandemia, muita gente buscou casas ou lotes para construir, mas é algo pontual. Nem todo mundo tem condição financeira para isso e opta por comprar o que está dentro da sua capacidade, que são apartamentos menores”, observa.
No entanto, a procura por imóveis maiores, principalmente casas e loteamentos, também tem tido uma alta desde o ano passado por conta do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurélio Cápua Dallapícula, a ampliação do home office, ou seja, mais pessoas trabalhando de casa, fez crescer essa necessidade.
“A procura de apartamentos de 3 quartos aumentou com essa tendência. E também, quem morava em imóveis menores buscou um lugar maior para estar. O mesmo se deu com a procura de casas e loteamentos mais afastados, mas com infraestrutura de bairros planejados para atender a essa demanda”, disse.
Para o diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES) Eduardo Fontes, o isolamento social também reforçou a busca por imóveis em regiões mais consolidadas, com tendência a valorizar mais, com proximidade a comércio e serviços, além de uma boa área de lazer nos empreendimentos.
“Bairros como Jardim Camburi, em Vitória, e Itaparica, em Vila Velha, têm atraído lançamentos de dois quartos, voltados para a compra do primeiro imóvel e de jovens famílias. Além disso, temos a Serra, com empreendimentos econômicos, que estão sempre em alta demanda, além de ser um dos principais municípios para o lançamento de condomínios de lotes e loteamentos”, observa.
Na esteira das tendências do mercado imobiliário, os bairros consolidados são os que têm mais valorizado e recebido mais lançamentos. Em Vitória, por exemplo, os imóveis residenciais tiveram uma valorização média de 7,46% em 2020, segundo o índice FipeZap, deixando a Capital entre os cinco maiores aumentos entre 50 cidades pesquisadas. Foi a maior valorização do metro quadrado nos últimos cinco anos.
Isso reforça a ascensão contínua dos bairros na área litorânea tanto de Vitória (Jardim Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto e Barro Vermelho) quanto de Vila Velha: Praia da Costa, Itapuã e Itaparica, que são bairros contínuos e de frente para a orla.
Já na Serra, segundo o diretor do Sinduscon-ES, Leandro Lorenzon, o cenário é diferente, porque o que se valoriza é a região central do município, que começa a partir de Laranjeiras e Jardim Limoeiro. “Em Cariacica é na região de Campo Grande, bairro Dona Augusta e bairros vizinhos, onde está a maior parte de comércio e serviço”, observa.
Jardim Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto, Barro Vermelho e Santa Lúcia e Enseada do Suá continuam em evidência. Foto: Luciney Araújo
Praia da Costa, Itapoã e Itaparica. Ganham destaque também a região no entorno das Rodovias do Sol, Darly Santos e Leste-Oeste, como Jockey de Itaparica, Santa Paula e Vale Encantado. Foto: Carlos Alberto Silva.
A valorização está na região central, que começa em Laranjeiras e Jardim Limoeiro, mas atinge também as regiões de Jacaraípe e Manguinhos. Foto: Luciney Araújo
Região de Campo Grande, bairro Dona Augusta e bairros vizinhos, além do entorno da Leste-Oeste. Foto: Claudio Postay/ Divulgação PMC.
Domingos Martins e a região de Pedra Azul continuam em alta, com valorização devido à grande procura. Ganham também destaque as Três Santas: Santa Leopoldina, Santa Teresa e Santa Maria de Jetibá. No Litoral Norte, as atrações são Guriri (São Mateus), Linhares e Aracruz. No Sul, Anchieta, Itapemirim e Cachoeiro de Itapemirim também estão no foco das construtoras.
Aumentou a procura por imóveis maiores, além de casas e loteamentos. Essa tendência permanece ainda, devido ao isolamento social que tem feito com que mais pessoas trabalhem em home office.
No entanto, a procura por imóveis compactos de 1 e 2 quartos ainda aponta uma alta demanda, que não deve se dissipar tão cedo.
Imóveis no padrão econômico ainda são forte tendência do mercado, mantendo a demanda mesmo em períodos de crise.
Um dos pontos fortes são os subsídios do governo, principalmente na linha Casa Verde e Amarela.
Já os imóveis de alto padrão, apesar de nunca saírem do radar do mercado imobiliário, no último ano tiveram uma retomada da alta de vendas, causada pela queda de juros e do baixo retorno da renda fixa. Enquanto bancos mantiverem taxas de financiamento atraentes, esse mercado continuará a crescer.
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