Com o mercado imobiliário em alta, muita gente tem buscado investir ou até mesmo comprar o seu primeiro imóvel, aproveitando as taxas de juros ainda favoráveis e as facilidades de financiamento. Por outro lado, há também opções para quem deseja se arriscar no mercado financeiro, como é o caso dos fundos imobiliários. Para entender as diferenças entre investir em imóveis ou partir para os fundos, conversamos com especialistas para explicar cada uma das modalidades.
Uma das primeiras diferenças está no formato, já que quando se investe em imóvel, é feita a aquisição de um patrimônio em sua totalidade. Ou seja, a pessoa que compra uma casa, um apartamento, um terreno ou sala comercial, por exemplo, está adquirindo a posse total daquele bem. Já no fundo imobiliário, quando se opta por esse tipo de produto, o investidor está comprando um “pedaço” de um imóvel que existe.
“O fundo imobiliário é basicamente para quem quer comprar parte de um imóvel. A pessoa não precisa se descapitalizar, porque pode comprar por um valor menor do que se fosse adquirir um imóvel”, observa o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes.
Em contrapartida, nem sempre o investidor tem a chance de conhecer onde está investindo, pois são imóveis do país inteiro que compõem os fundos. “Quando se investe fisicamente, em um imóvel, você sabe onde ele está, a escritura é sua. Isso dá um ar de segurança e conquista. No caso do fundo imobiliário, você nunca é dono de 100% do bem”, avalia Fontes.
Mas para investir em um imóvel é preciso ter um valor mais alto do que investir em fundo imobiliário. Segundo o sócio fundador da Elev Investimentos, Caio Souza, o valor para investir em fundos imobiliários é bem mais baixo. “Com R$ 100, por exemplo, é possível comprar a cota de um empreendimento de alto padrão. Mas para quem nunca investiu, é importante saber qual escolher: se ganho de capital ou dividendos, pois são estratégias distintas”, diz.
Nesse caso, o ganho de capital corresponde à valorização do empreendimento (o que pode acontecer com o imóvel físico também) e está sujeito à tributação do imposto de renda. Já os dividendos seriam o equivalente a um aluguel (que é uma opção também para quem investe em imóvel), e este não é tributado. Lembrando que os valores recebidos pelo investimento estão sempre sujeitos ao tamanho da cota adquirida.
Os fundos imobiliários funcionam como um aluguel, só que sem os descontos do Imposto de Renda no valor. De acordo com o assessor da Golden Investimentos, João Cruz, esta modalidade é composta por cotas negociadas em bolsa e tem como objetivo conseguir dinheiro com investidores para aplicar em negócios imobiliários (shoppings, centros de distribuição e escritórios, por exemplo).
“Neste caso, a instituição financeira é responsável por formar o fundo e fazer a captação por meio da venda de cotas para investidores. A renda obtida com a negociação poderá ser destinada à aquisição de imóveis rurais e urbanos, tanto construídos quanto ainda em obras, voltados ao uso comercial ou residencial, além da compra de títulos mobiliários relativos ao setor imobiliário”, explica.
Também é importante se atentar à rentabilidade, que pode subir ou descer, de acordo com o momento econômico. Por isso, o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES) Vaner Corrêa atenta que é importante verificar o que está em alta antes de alocar recursos para isso.
“Hoje é mais fácil conhecer como investir e poder gerenciar os seus fundos. Mas é importante ler sobre e conhecer o mercado. Analise a série histórica. Sobre rentabilidade, quanto maior, melhor para investir. Também verifique quem é a empresa que está administrando os fundos. E mesmo que o investidor deixe a gestão nas mãos de uma corretora, por exemplo, é importante acompanhar a evolução”, observa.
Ter uma carteira diversificada, para quem vai apostar em fundos imobiliários, é outra vantagem desse tipo de modalidade. O mesmo vale para a compra de imóveis, mas o valor a ser investido é bem maior que no caso dos fundos. Se o motivo do investimento do imóvel está ligado ao aluguel, é bom prestar atenção na média do mercado, que fica em torno de 0,35% a 0,37% do valor do imóvel ao mês.
Por outro lado, quem investe em fundo imobiliário, quando o objetivo é ter um renda mensal, pode chegar a uma média de 0,60% ao mês, segundo o head de Fundos Imobiliários da Valor Investimentos, Adriano Rondelli.
“Quanto mais diversificada a carteira de investimentos, mais estruturada. São poucos produtos no mercado financeiro que entregam dividendos mensais remunerados. Os fundos imobiliários funcionam como se fossem um aluguel, mas vêm isentos de imposto de renda. Outra coisa é a vantagem na venda dos papéis, que é mais rápida do que negociar um imóvel físico”, avalia.
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