A indústria da construção civil no Espírito Santo tem uma parcela importante de participação na economia capixaba. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), a construção participa com 4,5% do PIB estadual e é responsável por 1,6% da receita corrente dos municípios.
Além disso, somente em 2019, foram movimentados R$ 5,1 bilhões pelo setor, que atualmente emprega 52 mil pessoas diretamente e outras 139 mil de forma indireta. E em 2020, o salário médio do setor foi de R$ 1.919,26, resultando em um montante de R$ 90,7 milhões mensais em massa salarial movimentados.
No entanto, apesar dos números, o setor vem passando por crises sucessivas do mercado imobiliário, que voltou a aquecer nos últimos dois anos. Segundo o presidente do Sinduscon, Douglas Vaz, mesmo com o saldo positivo e de crescimento de lançamentos e de velocidade de vendas em 2020 e 2021, o correto é dizer que o setor está em fase de recuperação.
“A construção civil é um setor muito importante para a economia do Estado, que gera empregos, inclusão social e moradias, além, claro, de receita para Estado e municípios. Mas ele está em recuperação e essa recuperação vem num ritmo bom, sustentável”, diz.
E para que esse crescimento continue a ser sustentável, Vaz, que tomou posse na última quarta-feira (30) como novo presidente do Sinduscon, juntamente com a nova diretoria, afirma que é preciso trabalho em conjunto com a entidade, governo estadual e prefeituras em busca de melhorias para o setor.
Um dos maiores entraves são alguns gargalos que afetam essa indústria está na legislação. “Os atrasos na aprovação dos projetos nas prefeituras, falta de clareza nas avaliações das licenças ambientais, falta de alinhamento na interpretação das leis, complexa e elevada carga tributária, e muitas taxas, principalmente cartorárias”, lista.
Com isso, a entidade quer conversar com governo estadual, prefeituras e entidades para realizar um alinhamento com as instituições e tirar as dúvidas a respeito da legislação, que possibilite uma revisão dessas leis.
“Isso é importante para dar mais velocidade aos projetos, já que alguns levam até quatro anos para serem aprovados. Queremos cumprir as leis, mas em determinados momentos, há várias interpretações, o que causa esses atrasos na aprovação de projetos”, avalia.
A nova diretoria também tem interesse em participar mais ativamente do desenvolvimento do Espírito Santo, indicando novas regiões para receber obras de infraestrutura, de revisão do PDM e, dessa forma, ajudar a criar novos eixos de desenvolvimento para o Estado. A intenção é ter uma parceria constante com o governo e prefeituras para que sejam analisadas as propostas da entidade.
“Há várias regiões de crescimento, principalmente na Grande Vitória, que atualmente estão recebendo grandes obras de infraestrutura e que serão importantes para levar desenvolvimento a essas áreas”, afirma Vaz.
Segundo o presidente do Sinduscon-ES, o objetivo é que essa parceria contribua para mais oportunidades de criação de empregos e de geração de renda, em um modelo de crescimento horizontal das cidades. “Queremos participar e ajudar a pensar novos empreendimentos, com bairros planejados e cidades inteligentes”, destaca.
Outra novidade que a gestão trouxe foi a presença de mulheres. Segundo Vaz, esta é a primeira diretoria do Sinduscon-ES que tem mulheres em sua composição; seis empresárias fazem parte da atual gestão. “Elas foram convidadas para compor a diretoria, pois queremos ter cada vez mais mulheres em posição de comando na construção civil”, finaliza.
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