Você sabe o que é “cringe”? Recentemente, a internet foi dominada por um embate entre gerações e a gíria, traduzida como “vergonha alheia”, ficou popular. Isso porque alguns hábitos, como usar calça skinny, partir o cabelo de lado e até tomar café da manhã, começaram a ser chamados de ultrapassados pelos mais jovens. Quando o assunto é decoração, o conflito dos millennials, nascidos entre 1980 e 1996, com a geração Z, do final dos anos 1990 a 2010, não para. Pensando nisso, Imóveis & Cia ouviu especialistas para descobrir quais itens da sua casa já podem ser considerados “cringe” e o que a nova geração mais valoriza no décor.
“Para essa galera, o objetivo é não passar despercebido. Por isso, eles procuram transformar os ambientes em um espaço que reafirma a personalidade com quadros e muitos itens de decoração, que deixam em evidência suas crenças e estilo”, comenta a decoradora da Móveis Conquista, Adriana Lovatto.
Segundo ela, é nesse ponto que as diferenças ficam mais evidentes. Se a geração Z valoriza móveis mais modernos, coloridos, práticos e versáteis, os millennials apostam em objetos vintage e em referências nostálgicas.
“Preparar uma estante na sala com filmes clássicos e até criar decorações marcadas por discos de vinil e polaroids contribui para um resgate de memórias do passado e ajuda a trazer parte delas para os dias atuais, dando muito charme e elegância para qualquer ambiente”, aponta Adriana Lovatto.
Já de acordo com a designer de interiores Flávia Dadalto, toda geração passa por isso. “É interessante que com essa transição algumas coisas caem em desuso, mas também podemos observar que depois de um tempo tudo acaba voltando”, comenta.
Além disso, as novas organizações residenciais têm influenciado nessas tendências. Flávia Dadalto explica que diferente dos millennials, os jovens da geração Z cresceram em ambientes menores, porque a configuração dos apartamentos e casas tem diminuído ao longo dos anos.
“Hoje, eles procuram por peças práticas e funcionais, porque é uma necessidade. A personalidade é sempre destacada entre itens fortes e sem apelo para a nostalgia. O vintage já é constrangedor para eles, porque eles gostam da tecnologia”, ressalta Flávia Dadalto.
Entretanto, a arquiteta Luíza de Castro destaca que você não precisa mudar a decoração da sua casa apenas por ela ser considerada “cringe”. Mas é sempre bom dar uma renovada no ambiente.
Ela enxerga essas novas tendências como produto de uma geração conectada virtualmente e durante o processo de amadurecimento é comum tentar imprimir a identidade no espaço que se faz parte.
“A arquitetura residencial é obrigatoriamente afetiva. Quando não se tem uma casa que conta a sua história, ela fica impessoal. Isso é independente da geração. Todo mundo procura um ambiente que tenha a própria cara”, destaca Luíza de Castro.
Segundo a arquiteta, uma das partes mais interessantes dessa discussão é como os gostos se renovam rapidamente. O minimalismo, que antes estava em alta, hoje já não é tão consumido. Por isso, reunimos algumas das principais tendências de decoração no mercado entre os mais jovens.
Móveis mais modernos, coloridos e versáteis têm conquistado os mais novos, que também valorizam a praticidade e o conforto em cada cantinho do espaço.
Quanto mais personalidade no ambiente, melhor. A tendência minimalista já não combina mais com os jovens, que não gostam de passar despercebidos. Por isso, eles apostam em quadros e itens de decoração que traduzam os gostos individuais
Para a geração Z não tem nada mais “cringe” do que o vintage. Os mais novos não são tão ligados ao apelo emocional da nostalgia, porque ainda estão construindo algumas memórias. Então, objetos decorativos de filmes e animações já são ultrapassados.
Quando o assunto é jogo de luz, o mais indicado são as lâmpadas de LED. As iluminações incandescentes saíram de moda há algum tempo.
A geração Z nasceu conectada, então quando o assunto é decoração eles valorizam a tecnologia. A tendência é de casas cada vez mais automatizadas e o uso de assistentes de voz para controle de iluminação e ambientes.
Imagens: Moveis Conquista/Divulgação.
Fontes: Adriana Lovatto, Flávia Dadalto e Luíza de Castro.
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