Já pensou ter um mercadinho 24 horas à sua disposição dentro do prédio onde você mora? Isso já é realidade em alguns condomínios no Espírito Santo. Graças à tecnologia, a experiência de fazer compras sem precisar "sair de casa" tem facilitado o dia a dia dos moradores, principalmente daqueles que têm uma rotina agitada.
Há quase um ano tendo um mercado funcionando dentro do condomínio de onde é síndico, o Ilhas de Veneza Residence, em Vila Velha, Rodrigo Cassib de Oliveira revela que a ideia nasceu de uma demanda da rotina dos condôminos.
"Todo o sistema do mercado é on-line. Os moradores se cadastram em um aplicativo, por onde fazem as compras. A segurança também é feita dessa forma, por meio de câmeras de monitoramento", destaca.
Hoje, mais de 90% dos moradores do Ilhas de Veneza Residence, em Vila Velha, são atendimentos pelo serviço. Uma delas é Jessika Frassi. Ela conta que, durante a pandemia, o mercado ajudou a reduzir as saídas do prédio para fazer compras. Agora, com a "volta à normalidade", ela recorre ao estabelecimento quando precisa de algum produto com urgência.
Milton Familiar Franca, que também mora no condomínio, diz que apesar de o custo dos produtos ser um pouco mais elevado do que nos supermercados tradicionais, ele economiza tempo e também combustível que seriam necessários para deslocamento.
“Quando se pensa na praticidade e comodidade, vale muito a pena. Recorro ao mercado do condomínio quando preciso fazer pequenas compras ou de produtos de primeira necessidade”, conta Franca.
O condomínio Villaggio Manguinhos Amalfi, localizado no bairro Morada de Laranjeiras, na Serra, tem em média 400 moradores que decidiram investir em um mercado autônomo dentro do prédio após visitarem outros locais que já utilizavam o sistema.
Segundo Fernanda Alcântara, presidente do conselho fiscal do condomínio, a tecnologia utilizada traz inúmeras vantagens para os moradores.
“O mercado possui câmeras com sensores de presença. Toda a movimentação é monitorada, remotamente, pela empresa que presta o serviço do mercado. Quando surgem dúvidas na compra, temos assistência de imediato pelo áudio da câmera ou pelo aplicativo de mensagens”, diz Fernanda.
Para Prisciane Martins Lyngholm, moradora do condomínio Villaggio Manguinhos Amalfi, o mercado dentro do condomínio contribui com a segurança dos moradores, já que a região é pouco movimentada, principalmente durante a noite.
“Por aqui, não temos nenhum comércio perto. Hoje em dia, infelizmente, é um risco sairmos de casa por conta dos assaltos. Com o mercado dentro do condomínio funcionando 24 horas, podemos ir a qualquer momento”, destaca Prisciane.
O Market4u, um dos maiores mercados autônomos, já está presente em 18 condomínios do Espírito Santo. Os estabelecimentos oferecem mais de 550 diferentes itens de alimentação, bebidas, higiene e limpeza. Na avaliação de Roberto Prado, diretor da Market4u, o mercado dentro dos condomínios veio para favorecer os moradores do local.
“O mercado leva comodidade, sem cobrar a mais pela conveniência, permitindo que os moradores façam compras dentro do próprio prédio 24 horas por dia e sete dias por semana, ganhando tempo por não precisarem ir ao supermercado e enfrentar filas para pagar, além de segurança e economia de combustível”, pontua.
Ainda de acordo com Prado, o sistema é seguro, e não conta com pessoas trabalhando no estabelecimento. Toda a compra e o pagamento são feitos via aplicativo usando Pix, Picpay, cartão de crédito, vale-refeição ou vale-alimentação.
“Ao se cadastrar no aplicativo, cada usuário pode visualizar os produtos disponíveis no mercado e seus respectivos preços. Escolhido o item, basta selecioná-lo diretamente no app ou escanear/digitar o seu código de barra, e autorizar o pagamento. A reposição dos itens é feita duas vezes por semana”, ressalta Prado.
Bruno Queiroz, gerente de Operações e Negócios da Cipa, que é uma administradora de imóveis no Rio de Janeiro, vê a comodidade como ponto forte do ramo.
"A ideia não é criar uma concorrência com os hiper e supermercados ou com as empresas de delivery, mas atender a uma necessidade mais imediata do morador de forma fácil, rápida e segura", destaca.
Ele acredita que a expansão dos minimercados nos condomínios nos últimos dois anos foi acelerada pela pandemia de Covid-19.
"Com as regras de isolamento, o movimento de home office foi muito intenso. A gente viu nosso faturamento despencar e decidimos "ir atrás" do nosso cliente, que estava em casa. Dessa forma, fizemos um piloto do nosso antigo mercadinho de escritórios, porém, agora dentro de residências", afirma.
Hoje, a Cipa trabalha com mercados tanto em escritórios quanto em residencial no Rio de Janeiro. A ideia é expandir para outros condomínios do Brasil.
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