Os imóveis residenciais de Vitória tiveram em 2020 uma valorização de 7,46% no preço do metro quadrado, segundo o índice FipeZap. De acordo com especialistas, isso acontece pela escassez de terrenos e lançamentos e alta procura durante a pandemia em 2020. Nesse mesmo índice aparece uma surpresa. Santa Luíza está classificado como o bairro da Capital com maior valor médio do metro quadrado de venda, custando R$ 8.803. Para fins de comparação, o valor médio da cidade é de R$ 7.109. A diferença é de R$ 1.694.
Apesar do bairro também ser nobre, não é tão famoso como seus vizinhos Barro Vermelho e Praia do Canto. Então como ele se destacou tanto em relação aos outros? Especialistas do mercado imobiliário indicam a localização e a saturação das redondezas como principais fatores da valorização dos imóveis do bairro.
O diretor da imobiliária Neto, Alípio Neto, explica que, inicialmente, o bairro não era tão valorizado, mas tinha todas as características para isso. Com a escassez de terrenos e a liberdade para construções maiores e mais conceituais, o mercado imobiliário passou a olhá-lo com mais atenção.
Charles Bitencourt, diretor comercial da Betha Espaço, explica que, por ser plana e de fácil acesso, a região foi transformada em uma boa opção para as construtoras.
De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-ES), Sandro Carlesso, a proximidade com a Praia do Canto, um dos bairros consolidados de Vitória, contribui para a elevação do preço do metro quadrado. “A Praia da Canto não tem mais área para construir, então o entorno fica valorizado também. Isso aconteceu com Santa Luíza e com Barro Vermelho”, explica.
Leandro Lorenzon, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), acredita que, além de ser vizinho de um bairro consolidado, a boa mobilidade é um outro fator de valorização. “É um bairro com fundamentos muito bons para moradia devido à proximidade com a avenida Nossa Senhora da Penha. Uma via muito importante da Capital que faz ligação com outras, como a Fernando Ferrari, Cesar Hilal e a Terceira Ponte.”
De acordo com Lorenzon, apesar de ainda ter terrenos disponíveis, são escassos, e isso valoriza ainda mais as unidades.
Santa Luíza também é vizinho do Canal de Camburi. Sandro Carlesso vê essa proximidade como um fator que pode dificultar a alocação de empreendimentos. Já Leandro Lorenzon acredita que esse seja mais um ponto de valorização do bairro. “Na verdade, o canal permite uma das vistas mais bonitas de Vitória. Você vê, por exemplo, o Mestre Álvaro, Jardim da Penha e a orla de Camburi.”
O diretor da imobiliária Neto, Alípio Neto, afirma que os compradores são, em sua maioria, investidores e pessoas entre 35 e 40 anos. “Como é um bairro próximo da Praia do Canto, com uma vista linda e com menos disputa, é animador para quem quer investir.”
Segundo Charles Bitencourt, diretor comercial da Betha Espaço, as tipologias das unidades do bairro são diversificadas, variando entre três quartos e quarto e sala exatamente devido à variedade de compradores.
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