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Passo a passo para se tornar um investidor no mercado  imobiliário

Passo a passo para se tornar um investidor no mercado  imobiliário

Com o baixo rendimento de aplicações como a renda fixa, investir em imóveis tem se tornado uma opção cada vez mais atrativa

Publicado em 2 de junho de 2021 às 01:50

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Investidor imóveis
Para investir em imóveis, é preciso conhecer bem o segmento, assim como se faria com o mercado financeiro tradicional. (Adobe Stock/Divulgação)

O aquecimento do mercado imobiliário desde o ano passado também tem feito surgir com mais força o interesse por investir em imóveis. Afinal, com o baixo rendimento de aplicações como a renda fixa, optar por outro tipo de investimento que garanta um retorno médio acima da inflação tem feito com que o mercado de imóveis se torne uma opção para quem deseja segurança.

“Atualmente, parece inequívoco que um correto investimento imobiliário seja mais benéfico em médio prazo do que o tradicional investimento em poupança ou outros com renda atrelada à taxa Selic, cuja rentabilidade está próxima de zero ou negativa, em termos reais, corrigido pela inflação”, avalia o diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES) e especialista em gestão financeira, Eduardo Borges.

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A valorização de um imóvel dificilmente será menor do que a inflação ou outra opção mais conservadora de investimento financeiro

Rachel Menezes
diretora da Ademi-ES
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Mas é preciso entender um pouco sobre esse mercado, afinal, é um tipo de rendimento com retorno de médio e longo prazo, com um investimento mais alto, logo no início. É preciso estar preparado financeiramente. Por outro lado, o retorno pode ficar em torno de 0,5% ao mês, no caso de um aluguel de imóvel compacto, podendo chegar a 6% ao ano.

Além disso, há a valorização natural do imóvel, que pode chegar a 30% ano ano, dependendo do tipo e localização. “É um investimento de longo prazo, mas que traz segurança para o investidor. A valorização de um imóvel dificilmente será menor do que a inflação ou outra opção mais conservadora de investimento financeiro”, aponta a diretora da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Rachel Menezes.

O diretor do Sinduscon-ES acrescenta que a segurança é um dos pontos fatores. “Imóvel é um ativo seguro. Isso porque grande parte da composição do preço do imóvel é custo direto, do terreno e da edificação (caso seja imóvel edificado). Por ser mercado em constante atividade (em função de mudanças na composição familiar, nascimentos, óbitos, novos negócios), apresenta razoável liquidez em curto prazo, sem muita volatilidade dos preços ao longo do tempo, corrigida a inflação”, observa Borges.

No entanto, ambos concordam que é preciso conhecer bem o mercado, acompanhando todas as suas nuances, assim como se faria com o mercado financeiro tradicional: observar onde há demandas de locação (para quem pensa em alugar), o tipo de imóvel mais adequado para determinada região (lojas, salas comerciais ou unidades habitacionais). Um corretor de confiança é quem vai ajudar o investidor a escolher a melhor opção de investimento.

6 PASSOS PARA INVESTIR EM IMÓVEIS

  • 01

    Liquidez

    Atenção à liquidez do imóvel, ou seja, a capacidade de se valorizar com o tempo e facilidade de comercialização ou locação.

  • 02

    Custos totais

    Analise os custos totais, além do preço do imóvel: impostos, custos de cartório e outros quando for para locação, como IPTU, taxa de condomínio, seguros, taxas de marinha e manutenção.

  • 03

    Patrimônio

    Evite imobilizar grande parcela do patrimônio familiar em imóveis. Segregue um percentual saudável para isso.

  • 04

    Assessoria profissional

    Busque um corretor de imóveis de confiança. Ele poderá ajudar com todas as dúvidas sobre a segurança ou risco do negócio.

  • 05

    Documentação

    Garanta que haja uma adequada análise documental, se os pagamentos estão em dia, se o imóvel tem toda a documentação correta para a sua venda.

  • 06

    Ativos diversificados

    Diversifique mais os seus ativos: analise investir no setor de outras formas, como fundos de investimento imobiliário negociado em bolsa ou investimentos por meio de sociedades estruturadas. Consulte sempre profissionais e empresas de confiança.

MERCADO AQUECIDO

Segundo Rachel Menezes, o mercado está aquecido, com boas opções para quem quer investir. Para quem deseja alugar, uma opção que tem tido bastante saída são os imóveis residenciais já montados e mobiliados. “A procura tem sido muito grande por esse perfil, pois as pessoas estão cada vez mais exigentes e querem alugar um apartamento com qualidade, já mobiliado. Já nos comerciais, o que vemos hoje, é a procura por espaços maiores, para que as pessoas possam ter um distanciamento entre as outras. A rentabilidade gira em torno de 0,5% do valor do imóvel”, disse.

Já as lojas são mais cobiçadas por serem mais raras (a quantidade é bem menor de lojas de ruas do que de salas comerciais ou mesmo apartamentos). E, dependendo da localização, a rentabilidade é muito boa.

“Para prever a valorização de imóveis além da inflação, exceto pelos fatores alheios ao investidor (como a oferta x demanda do mercado), é preciso observar se o bairro ou região em que o mesmo está inserido está passando por transformações expressivas e se elas seriam benéficas ou prejudiciais”, observa Borges.

Quem opta por adquirir terrenos precisa conhecer muito bem o mercado. “Não é brincadeira para leigos. Nos grandes centros urbanos, mundialmente falando, o terreno costuma se valorizar acima da inflação, ao se tornar escasso. Mas terrenos podem ser afetados por alterações no Plano Diretor Municipal (PDM), para melhor ou para pior. Também apresentam menor liquidez, afinal, ninguém ‘dorme num terreno’ ou monta um negócio no terreno sem edificá-lo. Ou seja, o uso do terreno, geralmente, demanda necessidade de construção, o que passa por fases de licenciamentos em nosso Brasil burocrático”, assinala Borges.

sócio fundador da Elev Investimentos, Caio Souza
Caio Souza, da Elev Investimentos: "Uma das vantagens do fundo imobiliário é que o investidor consegue ter acesso a grandes empreendimentos sem desembolsar o valor integral". (Elev Investimentos/Divulgação)

Outras opções destacadas podem ser galpões logísticos, loteamentos (que garantem boa valorização e facilidade de pagamento), e até mesmo fundos imobiliários. “Uma das vantagens do fundo imobiliário é que o investidor consegue ter acesso a grandes empreendimentos sem desembolsar o valor integral. A alíquota de ganho de capital na venda dos fundos é de 20% e os dividendos são isentos de taxas”, avalia o sócio fundador da Elev Investimentos, Caio Souza.

Mas ele avisa que um fundo imobiliário funciona como um investimento de bolsa de valores: “É um investimento de renda variável, negociado na bolsa, portanto, o perfil de investidor é bem parecido com o que investe em ações, pois há flutuação de mercado. A diferença fica por conta do recebimento do aluguel, que é correspondente à cota que foi investida, paga mensalmente. Mas é importante ter o acompanhamento de um especialista para que ajude a apontar as melhores opções do mercado, de acordo com o perfil do investidor”, observa.

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