Definir qual o tipo de piso usar para o acabamento da obra de casa é fundamental para obter um bom resultado tanto estético, quanto de custo-benefício. São várias opções, estilos e formatos. Os mais conhecidos são os pisos vinílicos, laminados e porcelanatos. Porém, para fazer a escolha certa é importante verificar alguns fatores, como o local onde eles serão utilizados. Para auxiliar na escolha, que tal conhecer mais sobre esses produtos?
Composto de PVC, minerais e aditivos, o piso vinílico é um revestimento extremamente leve, geralmente aplicado sobre outro piso e possui uma infinidade de cores e estampas, desde as vibrantes até as mais discretas. Ele pode vir em réguas, placas ou mantas. Algumas estampas imitam o visual da madeira.
De acordo com a arquiteta Danielle Dantas, que trabalha no escritório Dantas & Passos Arquitetura, o piso vinílico pode ser especificado para quase todos os ambientes, com exceção das áreas expostas à água, como cozinha, lavanderia e banheiros.
“O revestimento combina perfeitamente com dormitórios, salas e escritórios e, também, pode ser colado em paredes e tetos, proporcionando um efeito bem interessante. No caso específico do lavabo, a instalação pode ser realizada, desde que o ambiente não seja lavado. Portanto, um pano úmido com produto neutro resolve a limpeza de forma muito eficaz. Dessa forma, sem a água direta, o revestimento não corre o risco de descolar”, explica a arquiteta.
O piso vinílico também contribui para a retenção de ruídos e ajuda na acústica de um ambiente, sendo o ideal para apartamentos, como ressalta a arquiteta Paula Passos.
“Junto a esses atributos, o vinílico também oferece conforto térmico, é de fácil aplicação, resistente a grandes impactos, antialérgico, antiderrapante e possui um ótimo custo-benefício”, afirma.
Mas quais os cuidados devem ser tomados? Segundo as especialistas, o piso vinílico é resistente e requer pouco em termos de manutenção. A limpeza do produto deve ser feita com vassoura de pelo, ou de cerdas macias, com pano umedecido. Já pequenas manchas podem ser limpas com álcool ou detergente neutro.
Sobre a limpeza, o técnico da Pisopel, João Marcos Pandolfi, destaca que, na avaliação dele, o recomendado é utilizar sabão de coco, 100% neutro, e usar o lado amarelo da bucha. Por existir diversos tipos de fabricantes, é preciso ter cuidado no uso do álcool na hora de tirar manchas, pois não é possível saber se vai piorar a situação. Por isso, se recorrer ao álcool, o ideal é que seja diluído com água.
Para a sua instalação é necessário que o contrapiso esteja limpo e nivelado. Uma das principais vantagens é que ele pode ser instalado diretamente sobre o contrapiso de cimento, lajes de concreto, cerâmica e porcelanato nivelados sem a necessidade de arremates e com juntas menores de 5 mm de mármores e granitos polidos. A ressalva fica para a não instalação sobre a madeira, carpetes e forrações.
Ainda há outra opção no mercado, o vinílico tipo SPC, uma linha de alta resistência que é instalada de forma flutuante com encaixe clic e não precisa ser colada ao contrapiso.
Caso aconteça algum acidente que danifique o piso, não será preciso uma reforma completa do ambiente, por conta de uma pequena parte danificada. Basta fazer a troca das placas ou réguas que foram atingidas e depois instalar uma nova.
De acordo com a arquiteta Danielle Dantas, o piso laminado pode transformar qualquer ambiente. Além de um amplo portfólio de cores e texturas, o revestimento é produzido com substratos de madeira e fibras de alta densidade com resinas especiais que reforçam sua durabilidade.
“Apresentado em réguas, o piso laminado é um revestimento durável e resistente como um acabamento melamínico (também conhecido como fórmica ou laminado decorativo) que pode ser instalado rapidamente e traz inúmeras características e estampas”, conta a profissional.
Mas, apesar dos benefícios, a arquiteta Claudia Yamada, do escritório Studio Tan-Gram, orienta sobre a limpeza do produto.
“Um dos problemas sérios dos pisos laminados é quando utilizamos produtos para limpeza pesada, como o removedor, por exemplo. Há sérios riscos de manchar ainda mais o piso e ele sofrer com uma descoloração. O ideal é sempre tomar extremo cuidado para não deixar manchar. O indicado para a limpeza é fazer o uso de panos úmidos, nunca com excesso de água, e para aqueles que não abrem mão do 'cheirinho de limpeza', o álcool perfumado (também em pouca quantidade) é uma boa alternativa”, alerta.
Claudia ainda listou alguns itens que devem ser evitados para não estragar o piso.
“Enceradeiras elétricas, esponjas de aço, água em abundância, bicarbonato de sódio e produtos de limpeza que contenham cera ou silicone na fórmula não devem ser usados de forma alguma. Como já mencionamos, eles podem trazer manchas permanentes para o piso”, explica a arquiteta.
Um dos mais escolhidos para revestimento é o piso porcelanato. Hoje, o produto é encontrado em várias dimensões, inclusive formatos, algo que não era encontrado antigamente.
“Hoje, conseguimos encontrar pisos de porcelanato de 1,80m por 3,60m. O que traz um outro resultado final e diversas possibilidades de uso e soluções sem ou com poucas emendas. A permeabilidade dele é extremamente baixa e também podemos usar em todos os ambientes. Além do visual dele, que é muito fiel. Ele imita mármore, madeira, tecido e couro, por exemplo. A tecnologia da impressão hoje é muito boa e ele ainda traz essa diversidade estética muito grande”, ressalta a arquiteta Cristiane Schiavoni.
A desvantagem do material é que ele não é um produto natural. Então, de acordo com a arquiteta Cristiane, por mais que tenha uma tecnologia que imita muito bem outros materiais, ainda continua sendo um material não natural.
“A reprodução pode ser fiel, mas não é igual. Quando ele imita um mármore, por exemplo, vamos dizer que caia uma faca de ponta ou algum outro objeto e lasca, o seu miolo não é da mesma cor da face. Por conta disso, batidas e trincas aparecem, enquanto em um piso de mármore ou granito não apareceriam. Essa é uma desvantagem”, explica a arquiteta.
O porcelanato pode ser usado em qualquer ambiente, seja interno, seja externo, mas existem cuidados a serem tomados. Um ambiente externo, por exemplo, precisa de um piso antiderrapante. A qualidade da argamassa e da mão de obra também são muito importantes para o resultado final.
Cristiane Schiavoni ressalta a importância da junta de dilatação e do rejunte. "É necessário ficar atento ao que o fabricante recomenda. Todo mundo acaba achando que o rejunte é somente algo estético, mas esse espaço é uma junta de dilatação, com espessuras específicas, justamente para o material poder trabalhar à vontade e não ter problemas como o piso se levantar ou trincar”, diz.
Uma das vantagens é que o produto é quase impermeável, e acaba sendo muito higiênico, o que é muito bom para casas com crianças e pets. Sem contar a facilidade na limpeza, já que esse material não prolifera microrganismos. Porém, em uma casa com criança, o piso de porcelanato precisa de uma atenção especial.
“O porcelanato é muito duro. Então, muitas vezes, dependendo da idade da criança, é legal ter por cima um material como o tapete vinílico ou EVA, porque às vezes a criança cai e pode se machucar, assim como em outras pedras”, conclui.
Inicialmente, a matéria foi publicada mencionando apenas o piso vinílico do tipo PVC. A reportagem foi atualizada incluindo também o tipo SPC. Sobre a limpeza desse material, foi informado que o álcool pode ser usado para tirar pequenas manchas. Entretanto, foi acrescentado que é recomendado diluir o álcool na água para não causar danos ao revestimento.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta