Imagine só trocar de decoração a cada mudança de fase do bebê, nada fácil, não é mesmo? O quartinho é o lugar onde a criança vai se desenvolver e ter sensação de pertencimento. Por isso, o projeto atemporal pode ser uma boa escolha, já que acompanha o crescimento dos pequenos desde quando eles nascem até a adolescência.
Segundo a arquiteta Luryê Vescovi, que assina a suíte de bebê da Casacor Espírito Santo 2021, o projeto sem temporalidade tem cores discretas, berço que vira cama e decorações pontuais. “O quarto atemporal acompanha o crescimento da criança por muito tempo. O berço que vira uma mini-cama é uma das opções”, afirma.
Inclusive, o berço do projeto de Luryê Vescovi é chamado de “Berço Oca”. O móvel é feito em madeira maciça de Jequitibá com certificado e detalhes em palha natural.
Segundo a sócia da Deu Bossa Design, loja especializada em móveis infantis, Mariana Marinho, o modelo de cama com essas características cria memórias afetivas. “A combinação madeira e palha é atemporal pro quartinho do bebê. O berço com palha natural lembra a casa da avó”, salienta.
Além disso, os projetos que perduram pela infância são econômicos, já que não há necessidade de muitas obras e nem de novas compras de móveis. É necessário escolher bem a mobília, pois o intuito é reutilizá-la em outro ambiente. “Um exemplo é a cadeira de amamentação. Opte por uma que você consiga usar na sua sala depois que ela perder a utilidade no quarto do bebê”, explica Luryê Vescovi.
Mais do que economia, o quarto sem temporalidade também é sustentável. Por ter móveis que duram muitos anos, não há necessidade de um descarte e ele consegue ser reutilizado. “Neste quarto, você não se desfaz das coisas depois de 3 anos de uso. O quarto e os móveis acompanham a criança e têm 100% de aproveitamento”, salienta a Luryê.
Um dos pontos mais fortes do quarto atemporal é a neutralidade, inclusive nas cores. No projeto de Luryê Vescovi, ela optou por tons terrosos em todo o cômodo e, dessa forma, o quartinho não fica marcado por uma cor chamativa e combina com qualquer um que utilize o cômodo depois. Por isso, é interessante fugir das cores chamativas.
No entanto, mesmo com muita neutralidade, é necessário demonstrar que aquele ambiente foi feito para os pequenos. Para isso, é interessante utilizar adornos infantis, como quadrinhos que remetem à infância. “Invista em adornos infantis, artes para as crianças. Dá pra trazer identidade até para as roupas de cama. Assim, a gente traz personalidade para o quarto e mostra que uma criança vive ali”, comenta Luryê Vescovi.
Além disso, preparar o ambiente para a criança também é importante. A cadeira deve ter a altura dela, os brinquedos têm que estar ao alcance dos pequenos e até os quadrinhos de decoração precisam ter a altura do olhar da criança. Esses pontos específicos deixam claro que o quarto é todo pensado no bebê e consegue deixá-lo independente e livre para explorar.
Uma das opções para deixar o quartinho do bebê atemporal e dar independência é apostar no conceito Montessori. Segundo a arquiteta Flávia Biccas, os quartos que são feitos conforme esta técnica perduram porque as mudanças durante a vida são poucas, “Você faz trocas. O que antes era a área de atividades, poderá se transformar no cantinho de estudo”, salienta a arquiteta.
Ainda sobre o método Montessoriano, Flávia Biccas explica que o quarto com essa estrutura dá autonomia para a criança para que ela explore o ambiente sem solicitar ajuda. “O Montessori é bom para o desenvolvimento, pois tira os obstáculos e a criança pode explorar”, ressalta.
Entretanto, é preciso ter cuidado e atenção com alguns detalhes no quarto Montessoriano. Já que o bebê fica livre para conhecer o ambiente, os responsáveis não podem deixar objetos pequenos na decoração, pois os pequenos terão acesso. Também é fundamental evitar de colocar algo que chame a atenção acima do nível da criança, “Não coloque coisas acima dela, porque ela vai querer subir ali e, possivelmente, poderá se machucar”, comenta Flávia. Segundo ela, o quartinho tem que dar liberdade, mas sempre com segurança.
Luana Antunes é aluna do 24º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionada pela editora adjunta do Estúdio Gazeta Lara Rosado.
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