Seja na hora de preparar um almoço de domingo, seja para fazer as refeições diárias, as bancadas de cozinha são importantes peças, tanto para uso quanto para decoração. Por isso, antes de escolher os materiais pela beleza, também é importante considerar as propriedades das rochas. Afinal, algumas podem não ser as mais indicadas devido a porosidade, capacidade térmica ou rigidez.
“Quando falamos de bancadas, estamos falando de um espaço para preparar e compartilhar momentos com a família e amigos. O contato com a água e com substâncias que podem trazer manchas, como vinhos e azeite, por exemplo, ou o uso de facas e objetos cortantes, tende a ser diário. Então, a porcentagem de absorção d’água e a resistência ao risco são as propriedades mais importantes a considerar”, destaca a especialista de pesquisa e desenvolvimento da Decolores Mármores e Granito do Brasil, Abiliane de Andrade Pazeto.
Segundo ela, a regra geral é: quanto menor a absorção e maior a dureza, melhor o material para ser aplicado nas bancadas. Sendo assim, tanto os granitos quanto os quartzitos são os mais recomendados, porque ambos possuem o mineral quartzo na composição, que tem elevada dureza na escala de classificação.
A escolha entre os materiais vai depender da estética desejada. De acordo com Abiliane de Andrade, os granitos são mais homogêneos e com grãos diferenciados. Enquanto os quartzitos são adotados em visuais mais sofisticados, devido aos movimentos fluidos e tons que vão dos mais sóbrios até aos mais exóticos.
Por isso, entender a função da cozinha desde o início é um ponto muito importante. De acordo com a arquiteta Juliana Guarize, é preciso combinar uma sinergia com o cliente para identificar o que será aplicado de acordo com as necessidades individuais de cada um.
“Hoje é muito comum procurarem por bancadas brancas sem muitos detalhes. Mas, atualmente, elas não são muito resistentes para quem usa muito. O ideal é escolher um material que não tenha muita absorção. Antes de fechar qualquer projeto é importante estudar essas propriedades”, pontua a arquiteta.
Apesar do apelo estético, o mármore, por exemplo, não é o mais recomendado quando o assunto é bancada de cozinha. Isso porque devido a composição técnica, ele reage mais facilmente aos ácidos utilizados diariamente na cozinha e exige uma impermeabilização muito forte a cada seis meses.
No mercado são comercializados dois tipos de mármore: os calcíticos, facilmente danificados por objetos cortantes e sensíveis a substâncias ácidas, e os dolomíticos, levemente mais resistentes, devido à presença da dolomita entre a composição.
“É um tipo de material muito poroso. Na cozinha, você está sempre em contato com temperos, óleos e produtos abrasivos que afetam a durabilidade. Indicamos sempre as pedras com maior dureza pensando em um uso prolongado”, afirma a designer de interiores Flávia Dadalto.
Para quem não tem muito cuidado e cautela na manutenção das bancadas, a dica é investir em materiais com baixa absorção de água. Famoso e tradicional, o granito tem maior dureza e, devido a durabilidade, tem dominado o mercado capixaba há alguns anos.
“Eles nunca saem de moda. Os pretos são mais resistentes para a cozinha e, por isso, os mais recomendados. Como não precisam de manutenção, eles constituem uma opção mais em conta para aqueles que procuram economizar”, alerta a arquiteta Juliana Guarize.
Assim como o granito, o quartzito também é uma boa opção de material devido ao grau de dureza maior e porosidade menor. Isso porque ele é quase todo composto pelo quartzo, com grau 7 na escala de Mohs, que avalia a dureza das rochas.
Já quando o assunto é acabamento, os mais comuns são o polido e o escovado, podendo aplicar nos três tipos de rochas. No polido, a bancada ganha um aspecto liso, brilhante e exalta a tonalidade natural da rocha. Enquanto o escovado proporciona um toque aveludado, discreto e reduz o desgaste entre os materiais.
Entretanto, a especialista de pesquisa e desenvolvimento da Decolores Mármores e Granito do Brasil, Abiliane de Andrade Pazeto, recomenda a impermeabilização em todos os materiais para aumentar a proteção e a durabilidade.
“Como dicas de cuidado e manutenção, nunca deixe nenhuma substância acumular sobre sua bancada. Assim que ocorrer qualquer derramamento acidental, seque imediatamente com um pano limpo. Na limpeza diária, apenas água e um detergente neutro, nada mais é necessário”, recomenda.
Geralmente, quem busca por esse material são as cozinhas industriais e de restaurantes. Entretanto, apesar de antibactericida, ele arranha facilmente.
Para uma bancada de cozinha, não é muito indicado porque é um material que vai ser danificado. Além disso, não suporta altas temperaturas ou substâncias líquidas. Para quem vai fazer um uso diário no manuseio de alimentos, a madeira não é tão higiênica.
De todos os mencionados é o que precisa de maior atenção. Apesar de aguentar o calor e ter zero absorção, é um tipo de produto aplicado há pouco tempo, então, de acordo com a designer de interiores Flávia Dadalto, não é possível saber os prós e contras desse material.
Com tantos materiais disponíveis no mercado, as dúvidas em relação à qual material escolher são comuns. Mas também é preciso combinar as necessidades com valores que cabem no bolso.
“O preço final varia entre as marmorarias, mas gira em torno de R$ 500 a R$ 800/m² para os granitos, R$ 500 a R$ 900/m² para os mármores nacionais, R$ 1.300 a R$ 1.600 para os mármores importados e R$ 1.300 a R$ 1.600/m² para os quartzitos”, aponta Abiliane de Andrade Pazeto.
De forma geral, o conceito de rigidez é utilizado como sinônimo de dureza. Entretanto, tecnicamente há uma diferença entre os termos. O primeiro corresponde à resistência do material em relação à deformação ou quebra quando há uma força aplicada contra essa rocha. Já o segundo, por sua vez, diz respeito à resistência que a bancada apresentaria ao atrito contra outros materiais do dia a dia, como facas e chaves, por exemplo. A matéria foi atualizada.
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