Conquistar a casa própria é o sonho de muitos brasileiros. Mas a renda familiar precisa ser suficiente para arcar com o financiamento, sem deixar de pagar as despesas domésticas. Especialistas orientam que a organização financeira, antes de fazer esse investimento, é primordial para evitar o endividamento, e que negociações são muito bem-vindas e podem ajudar a tirar esse projeto do papel.
A educadora financeira Herica Gomes orienta que o máximo da renda familiar que deve estar comprometido é 30%. Precisamos saber quais outras dívidas essa pessoa tem. Muitos têm parcelas de cartão de crédito, por exemplo. Isso também conta.
O que deve ficar de fora desse cálculo é a reserva de emergência, segundo Herica. A reserva de emergência é só para emergência mesmo. Quebrou um eletrodoméstico, ficou doente, perdeu o emprego..., explica.
Para pagar a entrada do imóvel, a educadora financeira recomenda o que ela chama de reserva de oportunidades, ou seja, poupar uma quantia que ficará disponível apenas para pagamento de realizações pessoais, como a compra de uma casa, carro e até para fazer cursos.
Herica pontua que a taxa de juros é a primeira coisa a ser observada antes de fechar um financiamento. A pessoa precisa entender que a prestação deve caber no orçamento dela. Nessa ânsia de pagar logo, acaba se comprometendo demais.
Olhar oportunidades do mercado imobiliário também vale a pena, segundo a educadora financeira. Mas, se o comprador já estiver endividado, é melhor deixar passar a oportunidade para não piorar a situação.
Para quem está com a renda disponível, Gustavo Rezende, diretor comercial da Grand Construtora, explica que o momento é propício para adquirir um imóvel, já que a taxa básica de juros, a Selic, está em 2%, o que reflete em taxas mais baixas nos bancos. Isso aconteceu porque o consumo caiu e é um estímulo para a população consumir de novo. As pessoas sentiram necessidade de ter uma casa melhor e os investimentos bancários, como renda fixa e poupança, estão rendendo menos, então o mercado imobiliário ficou como o melhor investimento, acrescenta.
Rezende explica que na construtora em que atua há a possibilidade de negociar inclusive a entrada, quando o imóvel ainda está na planta. Para ele, essa é a melhor forma de adquirir um imóvel sem risco de inadimplência.
O consultor imobiliário José Luiz Kfuri explica que a escolha do imóvel vai além da fatores como tipologia e localização. Para ele, o fator principal é o que cabe no bolso. Se você vai assumir uma prestação, não importa a tipologia, importa se você não vai deixar de pagar.
A inadimplência nos financiamentos pode levar o imóvel a leilão, explica Kfuri. Quando perceber que vai começar a atrasar o pagamento, é melhor vender, quitar a dívida e ainda ficar com um dinheiro. A maioria dos imóveis que vão a leilão são por falta de pagamento, observa.
O ideal é ter uma reserva de oportunidades para a entrada. No caso de um financiamento, normalmente, é preciso ter 20% do valor do imóvel. Já no caso da compra na planta, esse valor à vista costuma ser menor em torno de 5% a 10% do preço do imóvel , com outra parte diluída durante a obra, para que seja contratado o financiamento após ela ser concluída.
Faça uma simulação nos sites ou aplicativos dos bancos para saber se as parcelas irão caber no seu orçamento, de acordo com a renda, e qual valor máximo de financiamento poderá contratar.
Normalmente, as prestações podem chegar a 30% da renda bruta do comprador. Nesse caso, é considerado também se há outras dívidas que comprometem a renda, como financiamento de veículo e empréstimos.
A partir do momento em que sabe quanto poderá pagar, pesquise empreendimentos que se enquadrem no perfil que deseja. Avalie aspectos como localização, infraestrutura desejada e se há perspectiva de valorização na região.
Lembre-se de reservar dinheiro para despesas, como o habite-se, certificado que deve ser emitido pela prefeitura antes da mudança para a casa nova, e a escritura do imóvel
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