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Saiba como se organizar para comprar um imóvel sem ficar endividado

Saiba como se organizar para comprar um imóvel sem ficar endividado

Especialistas em finanças e do mercado imobiliário explicam que financiamento pode comprometer até um terço da renda e orientam como se preparar para fazer esse investimento

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 17:55

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É preciso pensar nas finanças da família antes de se comprometer com um financiamento
É preciso pensar nas finanças da família antes de se comprometer com um financiamento. (Pixabay)

Conquistar a casa própria é o sonho de muitos brasileiros. Mas a renda familiar precisa ser suficiente para arcar com o financiamento, sem deixar de pagar as despesas domésticas. Especialistas orientam que a organização financeira, antes de fazer esse investimento, é primordial para evitar o endividamento, e que negociações são muito bem-vindas e podem ajudar a tirar esse projeto do papel.

A educadora financeira Herica Gomes orienta que o máximo da renda familiar que deve estar comprometido é 30%. “Precisamos saber quais outras dívidas essa pessoa tem. Muitos têm parcelas de cartão de crédito, por exemplo. Isso também conta.”

O que deve ficar de fora desse cálculo é a reserva de emergência, segundo Herica. “A reserva de emergência é só para emergência mesmo. Quebrou um eletrodoméstico, ficou doente, perdeu o emprego...”, explica.

Para pagar a entrada do imóvel, a educadora financeira recomenda o que ela chama de reserva de oportunidades, ou seja, poupar uma quantia que ficará disponível apenas para pagamento de realizações pessoais, como a compra de uma casa, carro e até para fazer cursos.

30%
Máximo de comprometimento da renda familiar para pagar um financiamento

Negociações

Herica pontua que a taxa de juros é a primeira coisa a ser observada antes de fechar um financiamento. “A pessoa precisa entender que a prestação deve caber no orçamento dela. Nessa ânsia de pagar logo, acaba se comprometendo demais.”

Olhar oportunidades do mercado imobiliário também vale a pena, segundo a educadora financeira. Mas, se o comprador já estiver endividado, é melhor deixar passar a oportunidade para não piorar a situação.

Para quem está com a renda disponível, Gustavo Rezende, diretor comercial da Grand Construtora, explica que o momento é propício para adquirir um imóvel, já que a taxa básica de juros, a Selic, está em 2%, o que reflete em taxas mais baixas nos bancos. “Isso aconteceu porque o consumo caiu e é um estímulo para a população consumir de novo. As pessoas sentiram necessidade de ter uma casa melhor e os investimentos bancários, como renda fixa e poupança, estão rendendo menos, então o mercado imobiliário ficou como o melhor investimento”, acrescenta.

Rezende explica que na construtora em que atua há a possibilidade de negociar inclusive a entrada, quando o imóvel ainda está na planta. Para ele, essa é a melhor forma de adquirir um imóvel sem risco de inadimplência.

FAZENDO ESCOLHAS

O consultor imobiliário José Luiz Kfuri explica que a escolha do imóvel vai além da fatores como tipologia e localização. Para ele, o fator principal é o que cabe no bolso. “Se você vai assumir uma prestação, não importa a tipologia, importa se você não vai deixar de pagar.”

A inadimplência nos financiamentos pode levar o imóvel a leilão, explica Kfuri. “Quando perceber que vai começar a atrasar o pagamento, é melhor vender, quitar a dívida e ainda ficar com um dinheiro. A maioria dos imóveis que vão a leilão são por falta de pagamento”, observa.

COMO SE PLANEJAR PARA COMPRAR UM IMÓVEL

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  • 01

    Antes de tudo, economize

    O ideal é ter uma reserva de oportunidades para a entrada. No caso de um financiamento, normalmente, é preciso ter 20% do valor do imóvel. Já no caso da compra na planta, esse valor à vista costuma ser menor – em torno de 5% a 10% do preço do imóvel –, com outra parte diluída durante a obra, para que seja contratado o financiamento após ela ser concluída.

  • 02

    Faça simulações

    Faça uma simulação nos sites ou aplicativos dos bancos para saber se as parcelas irão caber no seu orçamento, de acordo com a renda, e qual valor máximo de financiamento poderá contratar.

  • 03

    Mantenha as contas em dia

    Normalmente, as prestações podem chegar a 30% da renda bruta do comprador. Nesse caso, é considerado também se há outras dívidas que comprometem a renda, como financiamento de veículo e empréstimos.

  • 04

    Pesquise

    A partir do momento em que sabe quanto poderá pagar, pesquise empreendimentos que se enquadrem no perfil que deseja. Avalie aspectos como localização, infraestrutura desejada e se há perspectiva de valorização na região.

  • 05

    Prepare-se para despesas

    Lembre-se de reservar dinheiro para despesas, como o habite-se, certificado que deve ser emitido pela prefeitura antes da mudança para a casa nova, e a escritura do imóvel

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