Manutenção constante da fachada e do lazer, plantas bem tratadas, áreas comuns limpas e controle rigoroso da entrada para garantir segurança. Nesses poucos exemplos, já dá para ver que cuidar de um condomínio dá trabalho. Mas conseguir manter tudo em ordem gastando menos é o sonho dos condôminos e o desafio dos síndicos e administradores.
Com a pandemia do coronavírus, essa tarefa de equilibrar as contas ficou ainda mais difícil. Há mais de um ano, o isolamento social mudou a rotina das pessoas e também a dinâmica nos condomínios residenciais, que viram os gastos rotineiros subirem muito, junto com a inadimplência.
A casa virou escritório, aumentando o tempo dos moradores no imóvel e o consumo de água. Além disso, para garantir a segurança sanitária de todos, foi preciso investir em materiais de limpeza e equipamento de proteção individual para os funcionários. Outro aspecto que impactou o custo nesse período foi o aumento da incidência de atestados médicos de profissionais que trabalham dentro dos condomínios, por confirmação ou suspeita de Covid-19.
Segundo o diretor fundador da Cecad Administração Condominial, Claudionor Brandão, as despesas dos condomínios cresceram, em média, 10% a 15%, e uma das grandes vilãs foi a conta de água. Ele destaca ainda que, nos primeiros meses de pandemia, em 2020, houve aumento da inadimplência.
“A inadimplência aumentou muito nos primeiros meses de isolamento social, mas entre o final de 2020 e início de 2021, essa situação se normalizou. No entanto, para proteger melhor tanto profissionais quanto moradores, foi preciso fazer altos investimentos em materiais de proteção, álcool e outros equipamentos. Os síndicos e administradores tiveram um papel fundamental no controle da pandemia nos condomínios”, avalia Brandão.
O presidente do Sindicato Patronal de Condomínios (Sipces), Gedaias Freire da Costa, reforça que os primeiros meses de isolamento social, no ano passado, foram de adaptação e que síndicos e administradores foram importantes para que as novas regras pudessem ser cumpridas dentro de cada condomínio.
“Logo no início, houve conflitos com o fechamento das áreas comuns e a paralisação de obras, por exemplo. Mas nos meses seguintes, as pessoas começaram a compreender e, hoje, as novas regras da pandemia já fazem parte da rotina”, observa.
Para driblar o aumento dos gastos, a conscientização dos condôminos é uma das principais estratégias, aponta Brandão. “É preciso realizar uma campanha de conscientização com os moradores, principalmente no gasto de água, que representa um dos custos mais altos em um condomínio. Outra ação é saber negociar com fornecedores e fazer um bom planejamento de gastos e da manutenção em dia”, pontua.
A sócia da Ágil Serviços, Leidiane Malini, exemplifica como que a renegociação de contratos junto a prestadores de serviços também pode contribuir para a redução dos gastos. “Na pandemia, as áreas de lazer do condomínio ficam mais tempo paradas e há consequentemente uma redução da manutenção. Mas isso não quer dizer que elas não devam acontecer. Portanto, uma renegociação com as empresas parceiras que realizam a manutenção pode significar uma redução nas despesas, além de evitar deterioração do patrimônio”, observa.
Outra forma de cortar custos é adotar uma portaria virtual ou portaria eletrônica com biometria, aponta o presidente do Sipces. “Com uma portaria virtual, os custos podem cair pela metade. E no caso da portaria eletrônica, que os moradores têm acesso por biometria, esses custos podem cair até 80%. Mas essa alternativa só é recomendada para condomínios pequenos, de até 20 unidades, pois, para condomínios maiores, fica bem mais difícil manter o controle”, complementa Brandão.
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