Onze dias após a condenação de Brittney Griner, os advogados da jogadora de basquete entraram com recurso nesta segunda-feira (15), junto à Justiça russa, para tentar libertá-la da prisão. A atleta, campeã olímpica e mundial, foi condenada a nove anos de detenção por ter entrado na Rússia com um cigarro eletrônico carregado com óleo de haxixe, um derivado da maconha, no Aeroporto Internacional de Moscovo-Sheremetievo, em fevereiro.
O recurso foi confirmado pela advogada Maria Blagovolina às agências de notícias da Rússia. Mas ela não revelou os argumentos que constam no documento para tentar a libertação da atleta americana. Logo após o julgamento, realizado no dia 4 deste mês, a advogada já havia argumentado que a sentença era excessiva e que casos semelhantes haviam recebido pena menor, de até cinco anos.
A atleta de 31 anos alegou diversas vezes que não tinha a intenção de quebrar as leis russas ao entrar com o cigarro no país. E pediu desculpas publicamente pelo episódio antes do julgamento.
O caso, que gera repercussões diplomáticas e gera tensões entre Estados Unidos e Rússia, levou o presidente americano Joe Biden chamar o veredicto de "inaceitável". "Eu peço a Rússia para libertá-la imediatamente para que ela possa voltar para sua esposa, seus amigos mais amados e companheiras de time", afirmara Biden, minutos depois do julgamento.
A esperança de Griner agora repousa sobre um eventual acordo diplomático entre Estados Unidos e Rússia para poder ser libertada. Nas últimas semanas, o governo americano se movimentou sobre o caso e o secretário de Estado, Antony Blinken, acionou a diplomacia russa na tentativa de um acordo.
A proposta americana consiste em trocar Griner e Paul Whelan, um executivo de segurança corporativa sentenciado a 16 anos de prisão na Rússia por espionagem, por um famoso traficante de armas. O criminoso em questão é Viktor Bout, preso nos EUA desde 2012. Conhecido como "Mercador da Morte", ele foi condenado a 25 anos de prisão após lucrar milhões vendendo armas ilegalmente.
Há duas semanas, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, confirmou que ouviria a proposta americana, mas indicou que a negociação poderia ser longa, sem prazo definido para sua conclusão. As relações diplomáticas entre americanos e russos se deterioraram bastante desde a invasão russa na Ucrânia, no fim de fevereiro.
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