A segunda edição do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro trará mais um momento histórico e inclusivo para a modalidade. Após inovar no último ano com uma bateria voltada apenas para atletas Pessoas Com Deficiência (PCD), agora as melhores da categoria também receberão premiações. O evento promovido por Neymara Carvalho acontece entre os dias 20 e 29 de abril, na Praia de Jacaraípe, na Serra.
Estreante na competição, Carla Cunha estará pela primeira vez nas praias do Espírito Santo. Apesar de ser pernambucana, a atleta se diz paraibana de coração por começar a praticar o esporte por lá. Aos 41 anos, ela teve o bodyboard como uma parte fundamental do processo de aceitação após amputar uma perna em 2016. Foi em 2021 que a modalidade, como Carla mesmo fala, a resgatou.
"Com certeza será um incentivo e uma ajuda a mais para a categoria, que tem um custo alto em sua realidade de vida. Porém, não devemos esquecer que o verdadeiro motivo que nos reúne é o da inclusão nesse esporte incrível, que traz bastante vida e alegria para pessoas que em algum momento da vida desacreditaram ou se sentiram incapazes", comemorou a atleta.
Letícia de Oliveira Alves tem 14 anos, é a única representante do Espírito Santo do torneio e é atleta do Centro de Referência Capixaba, do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Ela tem dupla amputação dos membros inferiores e está treinando desde janeiro. Apesar de nervosa,Letícia está feliz pela oportunidade.
"O treinamento na praia faz parte do escopo para ampliar o repertório motor, uma vez que ela tem dupla amputação de membros inferiores. No entanto, esse campeonato foi uma excelente oportunidade de não só dar visibilidade para a consolidação da modalidade Bodyboard PCD, mas também afirmar que as mulheres com diferentes deficiências têm toda a possibilidade de expandir o horizonte para práticas corporais, não só no esporte, mas para atividade da vida diária e laboral. Basta que aconteça uma adaptação. Desta forma tudo é possível", disse Hudson Renato Oliveira, treinador de Letícia.
Depois de participar do torneio no ano passado, a pernambucana Cintya Belly está de volta para a edição de 2023. Ela surfa desde os 14 anos e descobriu um câncer de mama em 2017, fazendo tratamento desde então. Ela afirmou que a premiação será muito importante para o desenvolvimento da categoria.
"Participar do Wahine 2022 foi um momento grandioso de amor, união e aprendizado, um mix de sentimentos em minha vida. Minhas expectativas para esse ano são as melhores possíveis. Wahine é um sonho em magia e possibilidades. É um momento extraordinário na vida de todos os presentes. Estou muito feliz em poder participar novamente. Independente de cada particularidade, o importante é fazer o que te faz bem e feliz. O mar é o nosso lar", afirmou Cintya.
"A novidade da premiação é de grande importância e valia. Isso torna a possibilidade de integração mais ativa neste ou em qualquer evento, em especial para o atleta PCD. Com o aumento da participação dos atletas, as premiações só tendem a melhorar cada vez mais. Estou muito feliz com esse novo movimento, é muito importante esse olhar carinhoso para categoria", celebrou a atleta.
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