No país do futebol, a jovem Letícia Fontana, de 15 anos, resolveu trocar o gol pela cesta. Deixou de lado as chuteiras, as quais se acostumou em sua infância no futsal, e migrou para o basquete aos 12 anos de idade. Com as mãos, começou a se destacar jogando pela escola municipal Nice de Paula, em Vila Velha, e a paixão pelo esporte foi apresentando um novo caminho na vida da capixaba. Um percurso cheio de dribles, cestas, treinos, medalhas e sonhos. Muitos sonhos!
No início deste ano, a jovem assinou contrato com a Associação Desportiva Classista do Bradesco, clube de Osasco SP, para integrar o elenco sub-16. Ela ficou até março nas instalações do clube, mas, diante da pandemia, precisou retornar ao Espírito Santo. Os treinamentos, no entanto, continuam. A atleta conta com aulas teóricas, treino físico com bola, exercícios de fortalecimento muscular e conversa com o técnico. Tudo para não deixar de evoluir no esporte.
Letícia lembra que conheceu o basquete por indicação de uma amiga do Nice de Paula e precisou ser firme na busca por um espaço dentro de um cenário predominantemente masculino. De 12 para 13 anos eu fui jogar um campeonato, mas com meninos misturados, minha mãe tinha medo de eu me machucar, porque era muito nova. Mas aí eu fui persistindo, comecei a disputar campeonatos, a viajar para joga, conta a atleta.
De lá pra cá, Letícia faturou muitas medalhas. Algumas delas de campeonatos importantes, como da Copa do Brasil de clubes, em Curitiba. Dos Jogos Escolares de Natal e de Blumenau, respectivamente em 2018 e 2019. E do Campeonato Sul-Americano, em 2019, onde a atleta também levou para casa o MVP premiação individual em torneios de basquete - de melhor pivô.
Segundo ela, o bom desempenho rendeu não apenas o prêmio individual, mas o convite para jogar em São Paulo, onde ela tem se desenvolvido como jogadora. Eu tenho uma nova rotina, novo time, academia, gente nova, uma quadra espetacular. É uma rotina diferente, no sentido de treino mais pesado, intenso. Eu tenho gostado, porque é um sonho desde que eu comecei, afirma a atleta.
Letícia revela que, quando começou a jogar, seu objetivo era ir para um time grande do Brasil. Ela conseguiu, mas não parou de sonhar. A jovem atleta continua almejando uma carreira no basquete e tem até uma capixaba para se inspirar. Eu quero chegar na seleção brasileira e, quem sabe, jogar nos Estados Unidos, fazer faculdade lá, como a Iza Varejão, afirma a jogadora.
Além da naturalidade, as duas têm mais coisas em comum. A atleta da Universidade de Michigan (Estados Unidos) começou a carreira no mesmo time que Letícia joga atualmente. Foi Iza também quem indicou a jovem para o clube de Osasco.
As mudanças recentes também trouxeram um misto de sentimento para os pais da atleta, Cheila e Marcelo. Os dois sempre acompanharam de perto a carreira da filha, frequentando jogos e até viajando para vê-la jogar. A mãe conta que, na mudança para Osasco, a alegria dividia espaço com o receio sobre a adaptação da jovem, mas que se tranquilizou ao ver a estrutura do clube.
O apoio dos pais, de acordo com a jovem, foi e continua sendo fundamental para a sua carreira. Quando ela chegava dos torneios, sempre faziam uma festa para apresentar a nova medalha. Pela quantidade, dá pra imaginar: foram muitas comemorações. Com a pandemia, o casal ganhou um tempinho a mais com a filha dentro de casa. Mas logo em breve, Letícia deverá voltar para São Paulo. Onde seguirá saltando em busca de novos feitos e projetando a sua carreira no esporte mais popular na casa da família Fontana.
*Daniel Reis foi aluno do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionado pelo editor Filipe Souza.
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