Capixaba de Vitória, Lyvia Rostoldo fez seu nome na Maratona de Boston. Entre os 538 brasileiros, a atleta foi a quarta mais bem colocada no torneio. "Eu e meu técnico planejamos essa prova, que sabemos ser bem difícil. Ela alterna ladeira e terrenos planos, então planejávamos ficar na margem máxima de 3h08min e ficamos abaixo desse índice, o que foi melhor do que a gente esperava". E ela celebra a marca. "Estou muito feliz. Eu acho que não tem como estar mais feliz do que eu estou. A prova foi fantástica". Lyvia completou a prova em 3h6min. Seu marido, Raphael Ambrozini, também esteve na maratona e a concluiu num tempo ligeiramente mais longo, 3h10min
O resultado consolida uma dedicacão extensa de Lyvia, que treina desde 2016. "Eu conto com o apoio da O2, que é uma assessoria de Vitória, além de nutricionistas, nutrólogos, de uma loja de materiais esportivos e da empresa de contabilidade do meu marido". Ambos os maratonistas, que viajaram com recursos próprios e não tiveram patrocínio, são veteranos nas corridas e se apoiam mutuamente nas disputas. "Raphael me ajudou bastante. Como ele corre mais rápido que eu, fez prova comigo, como um pacer, não deixando o ritmo cair, o que me auxiliou psicologicamente. Muito da maratona está mais na cabeça que no físico".
Nos preparativos para a maratona, quanto à dieta, a recomendação da equipe nutricional era de ingestão de carboidratos, forte hidratação e isotônicos. Os treinamentos aconteceram em Vitória, que é uma cidade mais quente. Lyvia acreditava que fosse encontrar outra temperatura na costa leste americana, mas isso não aconteceu. "A gente estava preparado para pegar muito frio e trouxemos roupas para este clima. No entanto, a prova deste ano ocorreu no calor, o que nos beneficiou".
Raphael e Lyvia iniciaram uma parceria nas pistas antes do relacionamento afetivo, que inclusive aconteceu devido ao esporte. "Nos conhecemos na nossa primeira assessoria de corrida. Viramos amigos e ele já era uma inspiração. Durante a pandemia pratiquei triatlo - como ele - e depois direcionei meus esforços para a corrida. Ele é minha parceria e me impulsiona. Nós treinamos sempre juntos". Os dois atletas planejam para 2024 participar da meia-maratona do Rio de Janeiro, em junho, fazer a maratona de Porto Alegre e preparara,-se para a Maratona de Londres no ano que vem. "Quero diminuir meu tempo para abaixo de 3 horas", ressalta ela. No ano passado ela fez o desafio Cidade Maravilhosa, no Rio, e ficou no primeiro lugar geral no feminino.
Formada em Educação Física, Lyvia, quando iniciou nas corridas, conciliava esta atividade com as salas de aula. Hoje ela mudou o direcionamento. "Saí da escola e fui para área da saúde, na qual atuo como personal trainer, de esporte, área que eu gostava mais. Levo muito essa parte do treinamento, da disciplina, da dedicação para as minhas aulas, para os meus alunos. Meu trabalho envolve ficar muito em pé, andar bastante, pegar peso o tempo todo. Juntar isso com a corrida às vezes fica mais pesado".
E ela prossegue dizendo que conciliar as duas atividades permite uma dedicação especial. "Isso me ajuda a ter mais disciplina, a ter mais foco, a querer mais, então eu uno as duas coisas. A corrida para mim é um hobby, a parte que eu me encontro". Para a atleta, o investimento público seria bom para "estimular mais capixabas a praticarem o esporte. Somos muitos os que têm potencial para estar em provas como essa e que não tem incentivos".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta