A atleta Karina Araújo foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira de rúgbi, com a responsabilidade de compor o primeiro time feminino de Rugby League - uma modalidade menos difundida no Brasil, ao contrário do Rugby Union.
Ela começou a jogar rúgbi a convite de uma amiga, que queria conhecer melhor o esporte. No entanto, a amiga desistiu e ela tomou gosto pela atividade. Entrou para o time do Vitória Rugby em 2010, onde seguiu treinando, competindo e ganhando títulos.
Na época, a atleta nem poderia imaginar que, oito anos depois, receberia a convocação. Quando recebi a notícia eu fiquei meio assim: ué, logo eu? Foi uma surpresa, porque eu jogo há um tempo mas nunca visei jogar na seleção, conta. Quem fez o convite a capixaba foi o treinador Will Broderick.
Broderick comanda o time que vai disputar dois jogos classificatórios, contra as seleções da Argentina e Colômbia, no Campeonato Sul-Americano de Rugby de 2018, que acontece em São Paulo, nos próximos dias 24 e 25. A vitória pode garantir uma vaga no mundial de 2021, na Inglaterra.
Segundo ela, o treinador disse que o time precisava de uma jogadora da sua posição: Haalf Scrum e Abertura. São duas posições onde eu posso vir a jogar, então estou fazendo um treinamento especial, pois essa modalidade tem regras diferentes e preciso de bastante preparo físico e resistência, explica.
Para se preparar, a atleta intensificou o treinamento há um mês e meio. Sem condições financeiras de viajar até São Paulo, onde as outras dezenove convocadas treinam, ela recebeu vídeos com as jogadas e o plano de jogo. Eu conto com a ajuda dos treinadores do Vitória, Marcela e Manolo, e das meninas que ficam após o horário do treino para praticar comigo, conta, agradecida, e brinca: quem sabe assim não surge um novo time? (risos).
Karina, que também é estudante de engenharia de produção, é a única representante do Espírito Santo na equipe e comemora a oportunidade de representar o Estado. Eu fico feliz em levar o nosso nome lá pra fora, isso é importante para conseguirmos mais visibilidade e apoio. Aí a Confederação pode olhar pra cá e investir em projetos sociais, exemplifica.
Sobre o início de uma trajetória nacional, ela diz: eu vou começar do lado de meninas que são feras, que eu já admirava, como a Paulinha. Desde que eu comecei eu falava que queria jogar junto com ela. Será uma experiência muito boa, avalia. Além disso, ela garante que a equipe tem uma chance bem grande e faz um convite para as mulheres do Estado.
Venham conhecer o rúgbi, nosso time (Vitória Rugby) precisa de mais meninas. Todas são bem-vindas, gordinha, alta, baixinha, sem distinção, pondera. Para quem tiver interesse, os treinos acontecem toda segunda e quinta-feira, às 19h, na Pedra da Cebola, e aos sábados, às 9h.
A autora é residente em jornalismo. Texto sob supervisão de Filipe Souza
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