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Capixaba se torna o brasileiro que mais vezes concluiu a Spartathlon

Capixaba se torna o brasileiro que mais vezes concluiu a Spartathlon

Carlos Gusmão realizou o trajeto de 246km entre Atenas e Esparta seis vezes. Ele concluiu o perfcurso dentro de 36 horas

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 16:36

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Carlos Gusmão antes do Spartathlon
Carlos Gusmão antes do Spartathlon. (Reprodução/Redes Sociais)
Vinícius Lima
Estagiário / [email protected]

O capixaba e ultramaratonista Carlos Gusmão se tornou o primeiro brasileiro a concluir seis vezes o Spartathlon, um percurso de 246 quilômetros entre Atenas e Esparta, dentro de 36 horas. Este ano, cerca de metade dos atletas não terminaram a prova e, entre os dez brasileiros que partiram da linha de largada, apenas quatro terminaram o trajeto dentro do limite de um dia e meio.

A equipe de A Gazeta conversou com Carlos, que falou sobre o desafio da prova e o que o motiva a ser um ultramaratonista. "Desde quando eu fazia triatlo, no início de 2000, eu sempre percebi que o meu corpo tinha uma aptidão para provas de longas distâncias. E aí eu botei na minha mente que quando completasse minha décima maratona, eu ia fazer uma outra maratona de 100 quilômetros. E aí eu comecei a me dedicar mais às corridas", explica o capixaba, que correu a sua primeira ultramaratona em janeiro de 2010, um desafio de 60 quilômetros, onde conquistou a terceira colocação no geral da prova. "

Aspas de citação

Quando eu comecei a me preparar para correr outras maratonas, não existia muito ultramaratonista aqui no estado, e aí eu acabei sendo muito criticado. Muitas pessoas não acreditaram que eu ia fazer aquilo e me aconselharam negativamente.

Carlos Gusmão
Ultramaratonista
Aspas de citação

A primeira vez de Carlos Gusmão na Spartatlon foi em 2014, sob influência de seu amigo. "Um amigo meu de Brasília, o Fábio Machado estava se inscrevendo e botou a pilha (para correr). Ele me explicou como é que era a história da corrida, e aí eu fiquei encantado com o contexto históricoda maratona", conta o atleta. A Spartathlon tem por objetivo traçar os passos de Fidípides, um mensageiro ateniense enviado a Esparta no ano 490 a.C. para buscar ajuda contra os persas na Batalha de Maratona.

Sobre a corrida

A corrida começa às 7h, geralmente na última sexta-feira de Setembro de cada ano, aos pés da Acrópole. Corre-se fora de Atenas em direção ao litoral e se estende ao longo da costa em direção a Corinto via Elêusis, Mégara, e Kineta. O percurso chega ao Canal de Corinto com 78,5 quilômetros e os atletas atingem o primeiro dos seis pontos principais de seleção em 81 km. Depois de Corinto, a corrida se dirige até a antiga Corinto, Nemea, Lyrkia e em 159 km, alcança o topo do monte Parthenio. Dali, continua para o sul passando por Nestani e Tégea, antes de chegar na estrada principal de Esparta pouco antes da marca de 200 km.

"Esse ano a prova foi muito quente. 36 graus de manhã com a sensação de 39 graus, o que judiou muito dos corredores. Então, para a gente chegar ali na metade da prova, já foi muito difícil você chegar na metade. Eu lutei bastante porque estava muito calor, estava me desidratando muito, perdendo muito sal. Então, a sensação de estômago pesado, porque eu estava bebendo muita água, ficando nauseado e isso vai eliminando a nossa energia", conta Carlos sobre a corrida deste ano.

Carlos fora das corridas

Além das pistas, o atleta se dedica e tem uma outra vida fora do esporte. Ele divide o tempo da exposição do próprio corpo ao limite com a ocupação de professor de Educação Física e pai de uma adolescente. "Não sou um atleta profissional. Sou pai, professor, tenho que dar minhas aulas, preparar os treinos, treinar... É muito estresse, e o trabalho mental é sempre pensar de forma positiva e saber que na adversidade sempre vai ter algo positivo para tirar daquilo ali", conta Carlos.

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