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Capixaba supera depressão e acumula títulos internacionais no surfe adaptado

Capixaba supera depressão e acumula títulos internacionais no surfe adaptado

Após ficar tetraplégico em um acidente sofrido em 2002, Carlos Kiil reencontrou o esporte como uma nova forma de enxergar a vida

Publicado em 16 de agosto de 2023 às 11:41

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Carlos José costuma surfar na Praia de Regência, em Linhares
Carlos José costuma surfar na Praia de Regência, em Linhares. (Mariana Pandolfi)
João Barbosa
Estagiário / [email protected]

Amante do surfe desde os 13 anos, o capixaba Carlos José Kiill é um exemplo de resiliência e superação no esporte. Em 2002, enquanto ia até a Praia de Jacaraípe, na Serra, o atleta sofreu um acidente de trânsito e lesionou as vértebras T11 e R12, na coluna. O impacto o deixou paraplégico.

Sem o movimento das pernas para praticar o surfe, Carlos enfrentou o quadro de depressão por quatro anos, até que reencontrou o esporte em 2008, de forma adaptada.

“Eu surfava por puro amor ao surfe, até que em 2014 fui convidado para participar do primeiro encontro de surfe adaptado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde competi e acabei ganhando”, conta Carlos.

Após o título no Rio, o incentivo de amigos e familiares fez o capixaba voltar à prática esportiva de forma competitiva. Depois da conquista, diversos convites para novas competições começaram a chegar para o capixaba, que nunca mais largou o esporte.

“Recebi convites para participar do Mundial na Califórnia, nos Estados Unidos. Em 2014 fui campeão brasileiro no Rio, em 2016 e em 2017 conquistei o ouro na disputa de equipes no Mundial da Califórnia, e em 2018 no mesmo Mundial ficamos com a prata”, lembra o capixaba.

O que parecia ser o fim da linha se tornou um recomeço com títulos e uma nova forma de lidar com o esporte. “Meu maior incentivo é a paixão pelo mar e estar em contato com a natureza. Me sinto livre dentro do mar, amo o surfe e toda a sua cultura”, pontua Carlos.

Barreiras enfrentadas

Além da limitação física, Carlos afirma que atletas como ele enfrentam barreiras como a falta de suporte das empresas ligadas ao esporte. “Sentimos a falta de apoio para estarmos levando o esporte para um nível mais competitivo. Hoje em dia isso é preciso, afinal, quem não é visto não é lembrado”, explica.

Em busca de apoio para competições nacionais e internacionais, Carlos não desanima e pontua que vai em busca de mais títulos em sua carreira. “Me sinto feliz. Mesmo depois de tudo que passei desde o acidente, anos de tratamento contra a depressão, hoje sou feliz porque amo o surfe. Surfo para viver e vivo pelo surfe”, finaliza o atleta.

Nesta quarta-feira (16), Carlos embarca para Cabedelo, na Paraíba, onde vai disputar o Campeonato Brasileiro de Surfe Adaptado, que conta como seletiva para o Mundial de 2024 na Califórnia.

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