Com a capixaba Sofia Madeira na equipe, a seleção brasileira de ginástica rítmica conquistou, neste domingo (7), a primeira medalha de ouro numa etapa da FIG World Challenge Cup, em Portimão, Portugal.
O grupo é composto ainda por Duda Arakaki, Nicole Pircio, Giovanna Silva, Victória Borges e, como reserva, Julia Kurunczi, que alcançou a nota 34.600, superando as duas potências que completaram o pódio — a forte Espanha (34.450), e as favoritas italianas (33.800) — na prova de cinco arcos. O conjunto se apresentou ao som de “I Wanna Dance with Somebody”.
“Estamos muito felizes, por toda a trajetória nesta competição. Não competimos bem no geral, o que abalou o grupo, porque treinamos muito, e mesmo assim apresentamos falhas em demasia. Ontem, ficamos até 1h da manhã conversando. Disse às atletas que a final do conjunto simples era a nossa última chance. Era como um leão caçando na savana. Ou abatíamos uma presa, ou morreríamos de fome. Felizmente, elas conseguiram fazer uma apresentação sem erros visíveis. A gente sabe que, se não falharmos, vamos ao pódio. Hoje, no caso, além disso, ainda conseguimos o ouro, o que não esperávamos, porque foi a vez de a Itália errar. Certamente, esse resultado vai fortalecer a confiança de todas, para nos mantermos firmes nessa caminhada”, lembrou a treinadora Camila Ferezin.
Camila explicou as dificuldades enfrentadas pelo conjunto e mencionou que a capixaba tem sido poupada. “A Sofia Madeira não está 100% e tem treinado só em um período. Para poupá-la, nós a colocamos só na série de cinco arcos (justamente em que a equipe foi campeã). Na outra série, utilizamos a Julia, e é normal ter problemas de sintonia e de execução com uma ginasta nova. Hoje, elas acertaram tudo. Quando apresentamos a coreografia toda limpa, somos uma equipe muito competitiva", ressaltou.
A treinadora também valorizou o apoio da torcida portuguesa. “Acho que por causa da proximidade dos dois povos, os portugueses adotaram a nossa equipe e nos abraçaram. Esse apoio e a vibração deles deram um caráter apoteótico à conquista."
A consagração em Portimão deu fim a uma viagem bem conturbada. O grupo levou quatro dias para conseguir chegar ao local da competição, com o cancelamento de vários voos da TAP (companhia aérea portuguesa) devido a uma greve. A equipe viajou de carro de Aracaju até Salvador. Na capital baiana, recebeu a notícia do cancelamento. Então, foram para São Paulo, de onde embarcaram em um voo da KLM até Amsterdã, na Holanda. Lá, depois de outro cancelamento da TAP, finalmente a equipe conseguiu viajar até Lisboa – mas perdeu a conexão para Faro, só conseguindo embarcar no dia seguinte.
“Foi uma saga a nossa viagem. Normalmente chegamos com antecedência e realizamos treinos no local da competição desde a segunda-feira, para adaptação. Fizemos alguns alongamentos e treinamentos preventivos em aeroportos para não termos problemas. Toda essa dificuldade deu um sabor ainda mais gostoso à conquista, e passar por cima de tudo isso torna a gente ainda mais forte”, arremata Camila.
Fazendo uma ponderação sobre o significado da conquista, Camila observou que o Brasil superou vários concorrentes que se situam em seu mesmo escalão técnico, como França, Espanha e Azerbaijão.
“É uma etapa da Challenge Cup e nem todas as equipes disputam todas. Entre os adversários fortes, ficaram de fora Israel e China, além da Bulgária, que não vem em grande fase. Mas a gente olha para a nota e ela é alta em qualquer competição. Nesta etapa, a banca foi muito criteriosa. Por tudo isso, esse é um grande resultado sim para a GR do Brasil”, diz a chefe da comissão técnica do Brasil.
No individual, outra capixaba, Geovanna Santos, a Jojô, fez uma apresentação vibrante, ao som de “Rajadão”, de Pablo Vittar, e também recebeu a ovação do público português. Contudo, uma falha na recuperação da fita, no final da apresentação, acabou por reduzir a nota, que foi de 28.400, e ela ficou na sexta colocação.
Com informações da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG)
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