O Conselho de Ética do COB (Comitê Olímpico do Brasil) suspendeu o atleta Wallace, 35, do Sada Cruzeiro e campeão olímpico, de todas as atividades esportivas que acontecem sob o controle da entidade, de maneira preventiva. O atleta terá cinco dias, a partir do recebimento da citação, para apresentar sua defesa.
A decisão consta em documento assinado por Ney Bello, presidente do Conselho.
A suspensão atende pedido da AGU (Advocacia Geral da União) de punição ao jogador. As solicitações foram quanto a abertura de processo disciplinar, com multa de R$ 100 mil e banimento do esporte olímpico.
O Conselho decidiu também que a AGU é parte interessada e tem o direito de acompanhar o processo até o fim.
Na última segunda-feira (30), Wallace postou fotos em um clube de tiro e permitiu perguntas de seguidores no Instagram. Um deles questionou se o oposto do Cruzeiro daria um tiro no rosto o presidente da República, Luz Inácio Lula da Silva (PT). O jogador abriu uma enquete no aplicativo para saber se seus seguidores fariam aquilo.
Ele apagou a postagem pouco depois, mas gravações com a imagem da enquete já circulavam pelas redes sociais. Wallace fez parte da seleção brasileira medalha de ouro na Rio-2016 e prata em Londres-2012.
"Minimizar atos dessa natureza implica não apenas uma omissão impiedosa na defesa da racionalidade, como também sinaliza equivocadamente no sentido da normalização do absurdo, permitindo que atos se repitam e que o caos se instaure", diz o despacho.
"Por tal razão, deve o atleta Wallace Leandro de Souza ser cautelarmente suspenso de todas as atividades esportivas do sistema COB -consequentemente de suas afiliadas- até a finalização desse procedimento."
O artigo 286 do Código Penal define o delito de incitação ao crime. Trata-se de incentivar ou estimular publicamente o cometimento de um crime. A pena prevista para este caso é prisão de três a seis meses.
Diante da repercussão do caso, Wallace postou um vídeo em suas redes sociais se desculpando pelo episódio. Na última terça-feira, o Sada Cruzeiro anunciou a suspensão do jogador da equipe por tempo indeterminado. A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e o COB divulgaram notas repudiando o comportamento do atleta.
"A CBV repudia qualquer ato de violência ou incitação a atos violentos e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade", disse a Confederação.
O jogador não se pronunciou até o momento a respeito das suspensões.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta