Após às ocorrências dos supostos ataques racistas partindo da torcida do Ifes Itapina a um atleta do Marista nos Jogos Estudantis de Colatina, na tarde de quinta-feira (12), na semifinal do futsal masculino, a Comissão Disciplinar dos Jogos, em conjunto com a Direção Geral e o Ifes Campus Itapina, decidiu eliminar todas as equipes do Instituto Federal da atual edição da competição. A decisão foi anunciada na tarde desta sexta-feira (13).
Em apuração rápida e equivalente à gravidade dos relatos, os membros da Comissão Disciplinar e da Direção Geral da Secretaria de Esporte de Colatina entraram em contato com a comissão responsável pela delegação esportiva do Ifes de Itapina, onde houve uma apuração sumária das condutas relatadas à pasta. Com o objetivo de zelar pelo bom andamento da fase final da competição, garantindo a segurança das delegações, foi definido por todas as partes que a aplicação da penalidade de "eliminação" é medida justa e necessária.
A semifinal do futsal masculino dos Jogos Estudantis de Colatina (JEC) entre os colégios Marista e Ifes Itapina foi marcada por supostos atos de discriminação racial nesta quinta-feira (12). Um atleta do Marista Colatina, de 16 anos, teria sofrido ataques racistas ao ser chamado de "macaco" por parte da torcida do Ifes, após comemorar a expulsão de um jogador adversário.
"Teve um momento que um jogador do Ifes foi expulso, e meu filho comemorou e deu um grito. Aí, nesse momento, uma torcedora começou a preferir ofensas, chamando ele de 'macaco'. Chamou por diversas vezes", contou a mãe da vítima em entrevista para A Gazeta. "A partir daí, ele foi para cima do árbitro, apontou para menina, falando que ela tava chamando ele de macaco, deu uma confusão, uma reviravolta. Todo mundo começou a aglomerar e nessa hora alguns torcedores começaram a ameaçar bater nele do lado de fora", completou.
O árbitro perguntou ao atleta quem era a agressora, mas, segundo os relatos da mãe do jogador, ele a procurou, mas ela já tinha saído do local. "Foi um momento muito triste, mas eu pude contar com o apoio da minha torcida, dos atletas da minha equipe, os professores e o pessoal da comissão técnica ali. Pude contar com o apoio de todos e manter a cabeça no lugar para conseguir terminar um bom jogo e ter um ótimo resultado dentro de quadra", contou a vítima para a equipe de A Gazeta. Após a confusão, o jogo foi retomado e o Marista se classificou para a final.
O Marista Colatina e o Ifes Itapina se pronunciaram em suas redes sociais sobre o ocorrido. Em nota, O Instituto Federal destacou: "Esse tipo de conduta é inadmissível e fere os princípios fundamentais de respeito, igualdade e dignidade que nossa comunidade acadêmica defende e promove. A atitude de um não é a de todos e não nos representa". Indagados sobre as penalidades para a pessoa agressora, o Ifes Itapina respondeu. "Ainda não identificamos o responsável pelo ato. Quando identificado, o mesmo será encaminhado para o Conselho de Ética e Disciplina Discente do Campus. Somente o referido Conselho poderá decidir quais sansões serão aplicadas".
O colégio privado por sua vez, expressou repúdio às ofensas racistas dirigidas a um aluno da escola, e solicitaram aos organizadores da competição que adotassem medidas contundentes e exemplares para garantir que casos similares não voltem a ocorrer. "A luta contra o racismo, e todas as formas de exclusão, exige uma ação coletiva e engajada. Portanto, já iniciamos um diálogo com o IFES-Itapina, e demais instituições do município e da comunidade em geral para fortalecermos o trabalho em conjunto neste tema fundamental" finaliza a nota.
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