Vitória
Tudo definido no Campeonato Estadual de Va'a 2023. Após etapas que passaram pela Praia da Costa, em Vila Velha, e pela Praia do Morro, em Guarapari, a disputa final da competição foi realizada, neste sábado (5), na Curva da Jurema, em Vitória. Reunindo grande público em um dos principais pontos de encontro da Capital, a competição estadual finalmente conhece os campeões da temporada.
Ao longo das três etapas de 2023, o campeonato foi disputado entre seis modalidades e nove categorias, reunindo homens, mulheres e conjuntos mistos, abrindo as portas para atletas de diversas idades e também para competidores PCDs.
Entre as mulheres, Thassia Marques foi a campeã na categoria V1 Open, disputada individualmente. Para a atleta, que é praticante de va’a há 12 anos, o esporte só tem a crescer no Brasil e no Espírito Santo.
"É bem legal ver o Estadual crescendo do jeito que estamos vendo. A cada ano são mais competidores de diversos locais do Brasil, e isso é muito importante e marcante para o esporte", aponta a atleta.
Com o fim do circuito estadual, a Thassia volta suas atenções para o Sprint Brasileiro, que conta como seletiva para o Mundial de 2024, que será realizado no Havaí.
“Mesmo com o encerramento aqui hoje, temos muitas provas interessantes para o restante de 2023. Além das provas nacionais, temos o foco voltado para o Panamericano de Va’a, que vai acontecer aqui em Vitória, no nosso quintal. Tem muita coisa boa por vir”, complementou a campeã.
Popularmente conhecido como canoa havaiana, o va'a tem conquistado cada vez mais adeptos ao redor do Estado, o que tem qualificado o ES para receber provas de calibre nacional e internacional, já que é o segundo maior polo da prática no Brasil, ficando atrás apenas de Niterói, no Rio de Janeiro.
Para Jefferson Cabral, presidente da Federação de Va'a do Espírito Santo (FEVAAES), isso é fruto dos esforços da entidade para a popularização do esporte como uma ferramenta de atividades físicas e de conexão com a natureza.
“Com o resultado visto aqui hoje, o sentimento que tenho é de objetivo cumprido e meta atingida. Tivemos aqui na Curva da Jurema um recorde de atletas, com cerca de 517 competidores, o que significa que o esporte tem crescido de maneira consistente. Agora a gente se prepara para receber provas nacionais e um dos principais eventos da modalidade, sendo o Panamericano, em novembro, reunindo mais de 600 atletas de mais de pelo menos nove países”, explicou o dirigente.
De acordo com Jefferson, além do Panamericano, o Espírito Santo segue com mais competições promovidas pela FEVAEES, como o Estadual de Sprint, previsto para setembro, que conta com circuitos de curta distância, e uma prova festiva no mês de dezembro, encerrando o calendário da modalidade.
A canoa havaiana abre as portas para praticantes de diversas idades e condições físicas, promovendo interação e inclusão social. No chamado ‘parava’a’, atletas com deficiência também ganham a oportunidade de praticar o esporte.
Nas águas da Curva da Jurema, Herivelton Nicoli, de 46 anos, conquistou o ouro na disputa do OC1. Praticante de canoa havaiana há seis anos, ‘Eddy’, como é conhecido no meio esportivo, afirma que é com o esporte que ele se sente mais livre e incluído na sociedade.
“Esse é meu primeiro campeonato oficial de parava’a, mas já sou praticante há cerca de seis anos. Para nós, deficientes, um evento como esse é uma vitória, uma grande oportunidade que a federação dá para amputados e pessoas com paralisia cerebral, por exemplo. Espero que esse movimento possa crescer não só no Espírito Santo, mas em todo o Brasil, para que nós, paratletas, tenhamos cada vez mais visibilidade e oportunidades no esporte”, disse Herivelton.
“O esporte, por si só, é uma ferramenta para que as pessoas possam se sentir incluídas. Tivemos aqui hoje a demonstração de atletas de 8 a 12 anos, o que é importante para nossa continuidade, e também praticantes do parava’a em várias categorias. Isso traz um senso de realização muito grande. O esporte consegue atrair todos os públicos”, finalizou Jefferson Cabral.
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