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Festival de futsal promove inclusão e oportunidade para meninas do ES

Festival de futsal promove inclusão e oportunidade para meninas do ES

Evento realizado na UFES abre as quadras para jovens garotas que buscam diversão e engajamento com o esporte feminino

Publicado em 1 de agosto de 2023 às 13:15

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Festival é voltado para garotas de 8 a 14 anos
Festival é voltado para garotas de 8 a 14 anos. (Samara Furtado)
João Barbosa
Estagiário / [email protected]

Em meio a realização da Copa do Mundo Feminina, jovens meninas do Espírito Santo terão a oportunidade de mostrar todo o seu talento na ‘Copa Let It Gol’, um festival de futsal voltado para garotas de 8 a 14 anos, com realização no próximo sábado (5), às 9h.

A proposta do movimento realizado no Centro de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) é proporcionar a meninas a possibilidade de participar de um evento esportivo e celebrativo.

Sob o comando de Mariana Zuaneti Martins, doutora e professora do Centro de Educação Física e Desportos da UFES, o projeto abre as portas para toda a comunidade, em busca de valorizar o esporte feminino e fomentar categorias de base consolidadas no Estado.

“São poucos os torneios informais para garotas e isso tem como consequência a falta de oportunidades para que elas se engajem em eventos de festividade e competição esportiva. A participação nesses eventos é muito positiva para o engajamento com o esporte, pois proporcionam o aprendizado sobre competir contra pessoas diferentes, a diversão de jogar e comemorar cada gol, passe, defesa, e a possibilidade de ter os familiares prestigiando e torcendo para elas”, explica a professora.

De acordo com Mariana, a ideia é dar oportunidade para garotas e aproveitar para reunir projetos que trabalham com o esporte feminino.

Em 2023, o evento, que está em sua segunda edição, espera receber cerca de 70 garotas, superando o número de participantes do último ano.

“A primeira edição foi em novembro de 2022 e foi muito emocionante. Nós tivemos relatos de pais dizendo que foi a primeira vez que tiveram a oportunidade de ver as filhas jogando, de viver esse momento junto com elas. Veja como tal iniciativa é importante até para fortalecer os vínculos familiares. O esporte é muito potente para conectar pessoas”, conta Mariana.

Festival espera receber mais de 70 garotas na edição de 2023
Festival espera receber mais de 70 garotas na edição de 2023. (Samara Furtado)

Para 2023, a organização do evento decidiu colocar o festival propositalmente entre os dias de realização da Copa do Mundo Feminina para aproveitar a visibilidade que o futebol feminino está tendo ao redor do Brasil.

“Para essas meninas, tenho certeza de que é a primeira vez que elas veem mulheres jogando futebol na televisão aberta. Isso gera reconhecimento e pertencimento. Nesse sentido, acreditamos que fazer o festival no mesmo momento que a Copa tende a potencializar a participação no esporte como uma experiência positiva e motivadora”, complementa Zuaneti.

A professora explica que espalhar o costume da prática esportiva entre meninas e mulheres está entre os principais objetivos do evento.

“Temos meninas com experiência distintas e ao reunirmos elas para jogarem juntas, temos certeza que a troca será inspiradora para elas terem mais vontade ainda de continuar jogando. Desse modo, elas chegam nas escolas, nos bairros, na família e chamam também outras meninas para irem jogar. Assim a gente vai mostrando que o futebol é um esporte para todas e todos”.

Para Mariana, o esporte feminino no Espírito Santo ainda tem muito espaço para crescer, mas carece de incentivo.

“Aqui repetimos o cenário de outros estados brasileiros, tendo uma invisibilidade para o esporte feminino em todas as categorias. O que é até contraditório com o potencial de revelar atletas aqui. A gente tem jogadoras da elite do futebol brasileiro que são capixabas, como Carol Tavares, Gabi Zanotti e Ana Carla; a melhor jogadora de handebol do mundo, em 2012, a Alê, é capixaba; temos a Pamela Oliveira, triatleta que já representou o país em jogos olímpicos; a ginasta Tayanne Mantovelli, capixaba, representou o Brasil na GR nos jogos olímpicos de 2004. Enfim, existem diversos exemplos, mas poderíamos ter um potencial muito maior se existisse um plano específico para o desenvolvimento do esporte de mulheres e políticas públicas direcionadas especificamente a esse público”.

Altas expectativas e esperança para mudar o cenário

Para a organização, o festival promete um dia inspirador para atletas, familiares, estudantes e professores. “É muito emocionante ver que tudo que batalhamos, para mudar o esporte, está acontecendo. E ver no rosto de cada garota a emoção de fazer um gol, o abraço de comemorar juntas, a emoção por ganhar uma partida, a ansiedade para entrar em quadra… tudo isso é maravilhoso. Se o esporte muda nossas vidas, podemos dizer que a gente também está mudando o esporte”, diz Mariana.

“Nosso lema que embala o festival é ‘vibre com cada meninas que entrar em quadra’ e esse é o nosso espírito: vamos vibrar juntas pelo prazer que é jogar bola e vamos trazer mais meninas, jovens e mulheres para vibrar com a gente”, finaliza a professora.

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