Um dos lutadores brasileiros mais experientes em atividade no UFC, o capixaba Ronaldo Jacaré vai fazer a luta principal do evento da franquia americana que acontece no próximo sábado (16), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Aos 39 anos, Jacaré já viveu muita coisa no mundo da luta e agora decidiu até mudar de categoria para seguir lutando. Seu próximo combate será na categoria dos meio-pesados contra o polonês Jan Blachowicz.
Entretanto, recentemente, Jacaré viveu uma das lutas mais difíceis de sua carreira. O capixaba foi diagnosticado com síndrome de Burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Recuperado, mas ainda em tratamento, Jacaré conversou com A Gazeta e falou sobre como superou a síndrome e também comentou os preparativos para a sua próxima luta.
Não tinha mais vontade de treinar. Durante quatro meses dormia às 4h da madrugada, só ficava comendo besteira. Perdi a vontade de lutar, ficava na minha casa ou ia na academia praticar jiu jítsu. Percebi que precisava procurar ajuda.
Já me sentia aposentado, mas procurei uma psicóloga, inclusive depois da luta tem uma sessão. Fiz um tratamento e muita coisa aconteceu. As coisas mudaram. Agora estou motivado, alegre, descansado. Dá para perceber a evolução física e psicológica.
Sinceramente ainda não sei se a mudança de peso foi definitiva ou apenas para essa luta. Foi acordado rapidamente. Estavam aparecendo vários atletas para uma possível luta na categoria de cima e na minha categoria não tinha ninguém. Por isso aceitei a luta no meio-pesado.
Vou encarar lutadores com a mão mais pesada mesmo. Mas não é problema pra mim. Já tenho costume de treinar com caras mais pesados. Com relação a perder peso, subir de categoria ajuda. Nunca tive dificuldade para perder peso, mas dessa vez vai ficar bem mais fácil.
O Jan Blachowicz é um adversário duro e tenho que ficar esperto. Respeito ele. Mas ele também pode se dar mal. Tem que ficar ligado. Quando penso nessa luta me vejo finalizando ele. Vai ser uma luta boa. Estou muito motivado. É um adversário que está bem rankeado. Uma vitória vai me dar confiança. Tenho certeza que não vou decepcionar os torcedores.
Foi um período muito difícil. Mas não tenho mágoa de nada com o UFC. Acho que não era mesmo para acontecer. Estou de volta, estou lutando.... Estou quase com 40 anos. O velhinho aqui ainda dá conta.
Adoro a minha terra. E todos aí que acompanham a minha carreira podem ter certeza que eu vou entregar tudo no octógono. Não vou decepcionar a torcida.
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