Responsável por grandes investimentos no esporte brasileiro, Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, morreu nesta terça-feira, aos 94 anos, em Portugal, onde vivia desde o início da pandemia de Covid-19.
A família informou que o empresário estava com a saúde frágil e foi para Sintra, em Portugal, no ano passado. Ele passou mal na manhã desta terça e foi internado em um hospital, onde morreu. O velório e o enterro serão em Portugal.
Braguinha também era sócio benemérito do Fluminense. O clube decretou luto oficial de três dias, mesmo período em que ficará com a bandeira a meio mastro, em Laranjeiras. Além disso, fará um minuto de silêncio em homenagem ao empresário no jogo contra o Sport, sábado, no Nilton Santos. Apaixonado por diversas modalidades, Braguinha se tornou grande amigo de Ayrton Senna e Guga, dois astros nacionais que contaram com apoio do banqueiro. Ele também foi o dono de uma das maiores seguradoras do Brasil, a Atlântica Boavista, que depois foi transformada em Bradesco Seguros.
A empresa inaugurou o patrocínio corporativo ao vôlei brasileiro nos anos 1980. A equipe contava com nomes como Bernard, Bernardinho, Renan e Xandó. Outros ídolos apoiados pelo empresário foram Pelé e Emerson Fittipaldi.- Se o vôlei cresceu, podemos dizer que muito foi por causa dele. Depois dos Jogos de Moscou, ele formou o time da Atlântica-Boavista e começou a profissionalizar a modalidade aqui no país. Aí, surgiu a Geração de Prata, e o Braguinha foi responsável por esse sucesso - disse Radamés Lattari, vice-presidente eleito da CBV, durante uma homenagem da entidade a Braguinha, em 2015.
O primeiro encontro de Guga com Braguinha foi relatado pelo campeão na biografia "Guga – Um Brasileiro". O ex-tenista relembra as primeiras impressões do empresário sobre ele.
"O magrelo bate forte, o menino é bom, tá na cara que tem futuro, mas precisa engordar, está muito magrinho, precisa comer para ganhar força”, teria dito o empresário, antes de abrir a carteira para garantir ao jovem tenista que cumpriria à risca a profecia “uma contribuição”. “Na época uma fortuna para a gente”, escreveu Guga.
Outro momento em que Guga prestou homenagem a Braguinha foi durante o Rio Open de 2015. Ele falou da importância do banqueiro para que ele não desistisse da carreira.
- A primeira vez que eu cheguei a Roland Garros, eu entrei de gaiato, não tinha nem ingresso. Foi o Braguinha quem me fez acreditar que o sonho era possível, que eu poderia me tornar campeão - contou Guga.
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