O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, confirmou o favoritismo e assegurou nesta quarta-feira sua reeleição, em chapa com seu vice Marco La Porta. A dupla, que comandou a preparação do país para os Jogos Olímpicos de Tóquio até o momento, conseguiu 26 votos para derrotar o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp, e o presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM), Hélio Meirelles Cardoso. A Assembleia Geral também elegeu seus novos membros do Conselho de Administração.
A atual diretoria, que também tem como nome forte o ex-judoca campeão olímpico Rogério Sampaio, se destacou nos últimos anos pelo resgate da credibilidade do esporte olímpico brasileiro, após uma série de escândalos na era Carlos Arthur Nuzman, de quem Wanderley foi vice. Outro ponto forte foi a mobilização para enquadrar o COB em mecanismos de transparência essenciais para o recebimento de verbas federais, bem como o socorro às confederações que viveram crises políticas e financeiras.
- Se hoje vivemos a democracia plena no COB, com três chapas e candidatos valiosos concorrendo a nossos conselhos pela primeira vez, com a participação massiva de atletas na tomadas de decisões, isso é fruto da reforma estatutária que conduzi em apenas 42 dias à frente desta entidade. Além do resultado histórico no Pan de Lima, a reforma do estatuto em 2017 é um dos maiores orgulhos dessa gestão - discursou Wanderley, que chegou ao COB graças ao destaque à frente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), uma das mais vitoriosas do país nas décadas passadas.
Apesar do contexto de dificuldades no país durante o atual ciclo olímpico, a atual gestão ainda fechou em setembro um contrato com a Havaianas e, desde o ano passado, é patrocinada pela Ajinomoto.
Wanderley falou em buscar uma evolução ainda maior do esporte brasileiro, pautado nos valores de transparência, austeridade, meritocracia, competência e excelência. Prometeu ampliar os mecanismos já implementados, como o Programa Gestão de Ética e Transparência, bem como uma aproximação maior com as confederações, com canais específicos para isso.
A Comissão de Atletas teve papel fundamental no resultado, uma vez que seus representantes tiveram direito a 12 votos. Na eleição anterior, apenas um nome da classe dos esportistas votava. A partir de 2021, o número aumentará para 19.
A última eleição com mais de um candidato no COB aconteceu em 1979, quando Sylvio de Magalhães Padilha derrotou Nuzman, então presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Depois disso, a entidade foi comandada por Padilha até 1990, por André Richer até 1995 e, finalmente, por Nuzman entre 1995 e 2017. O dirigente renunciou, em meio a denúncias de corrupção no processo que levou o Rio a sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
Os representantes eleitos foram José Luiz Vasconcellos (CBC), Karl Anders Pettersson (CBDN), Matheus Figueiredo (CBDG), Raphael Nishimura (ABEE), Alberto Maciel Junior (CBTKD), Silvio Acácio Borges (CBJ) e Ernesto Teixeira (CBTri). Com 20 votos, Ricardo Leyser, ex-ministro do Esporte no governo de Dilma Rousseff, foi escolhido membro independente.
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