Com 26 votos, o atual presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley Teixeira, foi reeleito para o próximo quadriênio à frente da entidade. Ele venceu em primeiro turno com apenas um voto além do necessário. Rafael Westrupp recebeu 20 votos e ficou em segundo. Hélio Meirelles, com dois votos, terminou a disputa em terceiro lugar.
Paulo nasceu no Rio Grande do Norte, mas se mudou para o Espírito Santo aos cinco anos. Foi em terras capixabas que ele se dedicou ao judô: virou técnico e presidente da Federação Espiritosantense de Judô. Um trampolim para, anos depois, ficar 16 anos à frente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). No Estado, trilhou boa parte de sua carreira até chegar à presidência do COB.
Foi a primeira vez em quatro décadas que a eleição para presidência do comitê contou com mais de dois candidatos - a última foi em 1979. Paulo Wanderley Teixeira, que assumiu após a renúncia e prisão de Carlos Arthur Nuzman, em 2017, buscava a reeleição. Ele teve a concorrência de Rafael Westrupp, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), e Hélio Meirelles, que dirige a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno desde 2002.
Tentando se aproximar dos atletas, as chapas encabeçadas por Westrupp e Meirelles contavam com ex-esportistas como candidatos a vice. O primeiro tinha Emanuel Rego, ex-jogador do vôlei de praia, como vice. Meirelles, por sua vez, concorria com Robson Caetano, dono de duas medalhas olímpicas.
A chapa de Wanderley sempre fora apontada como favorita, mas nos últimos dias Westrupp vinha aumentando seu apoio entre diversas confederações. Ele já tinha apoio de entidades de peso, como a CBF, a CBV e a confederação de basquete. Nesta quarta, acabou recebendo votos de entidades que estavam formalmente alinhadas com Hélio Meirelles.
O dirigente do Pentatlo recebeu apenas dois votos, mas alegava ter o apoio oficial de cinco confederações (levantamento de peso, remo, tiro esportivo, tênis de mesa e, claro, pentatlo moderno).
Tinham direito a voto nesta quarta os 35 representantes de confederações olímpicas, os 12 integrantes da Comissão de Atletas do COB e os dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI): Andrew Parsons, atual presidente do Comitê Paralímpico Internacional, e Bernard Razman, ex-jogador da seleção de vôlei. Houve apenas uma ausência entre os votantes. Em crise interna, a Confederação Brasileira de Handebol não enviou representante para a eleição dsta quarta.
Paulo Wanderley somou 26 votos na primeira rodada - um a mais do que os 25 exigidos - e foi reconduzido ao cargo logo no primeiro turno da votação. Ele terá Marco Antonio La Porta novamente como vice.
Aos 70 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Judô estará à frente do COB nas duas próximas edições da Olimpíada de verão - em Tóquio, no próximo ano, e em Paris-2024 -, com um orçamento previsto de R$ 1,2 bilhão para o novo ciclo olímpico, somente contando com recursos das loterias federais.
Em sua nova gestão, Paulo Wanderley terá entre seus desafios buscar um patrocinador master para o COB, dar maior voz aos atletas, ampliar a transparência da entidade e reduzir a dependências das demais confederações, principalmente quanto à questão financeira.
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