A imprevisibilidade das ondas nas competições de surfe tem sido um fator determinante para o sucesso ou fracasso dos atletas. Em Vitória para uma sessão de autógrafos, o medalhista olímpico e atual vice-campeão do circuito da WSL, Ítalo Ferreira conversou com a equipe de A Gazeta Esportes sobre o assunto.
O surfe olímpico de 2024 foi marcado por um acontecimento inesperado: a eliminação de Gabriel Medina, um dos maiores nomes do esporte. Nas ondas instáveis da praia de Teahupo'o, em um dia de poucas oportunidades no mar, Medina não conseguiu avançar, sendo derrotado devido à falta de boas condições naturais. Esse episódio reacendeu o debate sobre a viabilidade de competições em ambientes controlados, como as piscinas de ondas, que têm ganhado cada vez mais espaço no mundo do surfe.
O surfista lamentou o que aconteceu com Gabriel Medina nas Olimpíadas de Paris 2024 e declarou que existem vantagens de surfar em piscinas de ondas, onde a programação é precisa e controlada, mas não deixou de mencionar a importância de encarar os desafios do oceano.
Na piscina de ondas você sabe que a onda vai vir, é tudo muito previsível. Já no mar, como vimos nas Olimpíadas, você tem aquela surpresa de que alguém pode vencer só por ter mais sorte com as ondas, ou até pela falta delas".
A eliminação de Medina nas Olimpíadas de Paris 2024 foi um lembrete brutal de que, no surfe, o mar pode ser o maior adversário. Enquanto o australiano Jack Robinson conseguiu pegar um tubo raro na semifinal, Medina viu suas chances desaparecerem em meio a uma calmaria inesperada.
O debate sobre o uso de piscinas de ondas em competições oficiais só aumenta. Embora as ondas artificiais ofereçam mais justiça ao nivelar o campo de jogo, elas não substituem completamente a adrenalina e a incerteza que apenas o mar pode proporcionar.
Contudo, com o avanço das piscinas artificiais, é possível que as competições futuras incluam um equilíbrio entre os dois mundos, tecnologia e natureza. Para Ítalo Ferreira, essa é uma questão que ainda precisa ser resolvida. "O mar tem sua magia, e parte do surfe é lidar com essa imprevisibilidade. Mas as piscinas estão aí, e precisamos pensar em como extrair o melhor de cada um."
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