O Espírito Santo caminha para ser muito bem representando no vôlei de praia nas Olimpíadas de Paris. Isso porque a dupla do capixaba André Stein e seu companheiro George são os brasileiros mais bem posicionados no ranking mundial com uma distância tranquila para a terceira melhor dupla brasileira (apenas duas duplas se classificam).
Além disso, a segunda dupla mais bem ranqueada é formada por Evandro e Arthur. Nenhum deles é capixaba - um é carioca e outro é paranaense - mas estão representando o clube Aest, localizado na Serra, e treinam nas areias de Vila Velha. Com isso, o Brasil deve disputar as Olimpíadas com duas duplas que diretamente ligadas ao Espírito Santo.
Os atletas concederam entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (23), e comentaram sobre a mudança para o Estado. Evandro afirmou que fez o movimento pensando em sair na zona de conforto. "Quis sair (do Rio de Janeiro), vim para Vila Velha, estou muito feliz aqui. Agora é o contrário, não quero voltar para o Rio (risos), pretendo continuar, seguir minha vida em Vila Velha. A adaptação foi muito fácil, se eu soubesse teria até vindo antes, estou muito feliz aqui, vou continuar por um bom tempo. Essa é a minha expectativa", afirmou o experiente jogador.
Arthur, seu companheiro, afirmou que sua maior dificuldade na adaptação no Espírito Santo não foi relacionada a vida cotidiana. "Mudou muito o nosso jogo porque a levantada muda por conta dos fortes ventos, mas, ao mesmo tempo, ajudou muito, porque tivemos que criar muito mais controle, acabamos melhorando muito nisso. Realmente tivemos que nos adaptar a isso, acho que até mais do que a moradia, o vôlei em si acabou ficando mais difícil, mas foi melhor para a gente", analisou.
Quem está treinando a dupla radicada no Estado é Wallace Santos. O treinador é paulista, mas está há muitos anos em terras capixabas e já trabalhou com Leandro Brachola, lendário treinador capixaba, campeão olímpico no Rio em 2016, e que hoje atua na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Ele falou sobre a relação com o técnico.
"Ele é um exemplo para mim em tudo que ele faz. Aprendi muita coisa com ele, o tempo que passei com ele aqui quando cheguei no finalzinho de 2014, aprendi bastante coisa com ele. Algumas coisas que eu penso hoje podem ter sido influenciadas por ele, na verdade, a gente pega, como todos os treinadores que a gente já trabalhou, sempre pega um pedacinho de um, um pedacinho de outro, com a minha característica, a gente vai modulando a nossa maneira de trabalhar, mas, com certeza, ele é uma referência."
No momento, a dupla brasileira mais bem posicionada no ranking mundial é a do capixaba André Stein e George, com 9.140 pontos, seguida por Evandro e Arthur, que possuem 8.660 pontos. A duas duplas possuem uma distância relativamente segura para a terceira melhor dupla brasileira, e estão entre aos 20 melhores times no ranking mundial, faltando aproximadamente 90 dias para as Olimpíadas.
Apesar da situação confortável, Evandro não quer dar espaço para o azar. "A gente tem que fazer por onde, porque se a gente achar que estamos classificados, a gente pode escorregar e não conseguir nada, então temos agora um próximo objetivo que é a etapa de Brasília, é chegar lá e dar o nosso máximo", afirmou.
Arthur está prestes a conquistar a vaga para sua primeira olimpíada e não esconde a empolgação e ansiedade para realizar um sonho. "Um ano atrás era apenas um sonho realmente, agora está cada vez chegando mais perto esse sonho. Nem eu sei o que fazer direito, se eu te falar que sei, tô mentindo, nem eu sei o que fazer. Só tô deixando acontecer mesmo, se tudo der certo e a vaga for minha, e creio que vai dar, só espero me apresentar bem lá", contou.
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