Depois da medalha de prata inédita na disputa por equipes, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva voltaram ao ginásio na Bélgica para disputar a final do individual geral no Mundial de ginástica artística, na tarde desta sexta-feira. Rebeca teve um disputa a cada aparelho com a americana Simone Biles pelo primeiro lugar. Dona da medalha de ouro em 2022, quando Biles não competiu, a brasileira acabou atrás da americana por menos de 1.8 ponto e foi prata, sua sexta medalha na carreira em mundiais. O terceiro lugar ficou com Shilese Jones, dos Estados Unidos, e fez com que a competição tivesse pela primeira vez um pódio 100% negro na história. Flávia Saraiva sentiu uma lesão no fim e terminou com o 15º lugar.
Na primeira final da história do Mundial de ginástica em que duas campeãs negras se enfrentavam, Rebeca Andrade e Simone Biles literalmente duelaram pelo pódio desde o primeiro aparelho Com a americana sempre competindo primeiro, a brasileira entrava para as apresentações sabendo o que precisava fazer para continuar na disputa. Como ocorreu na classificatória, Biles foi superior em três dos quatro aparelhos e conquistou seu 21º ouro em mundiais na carreira.
Rebeca Andrade e Flávia Saraiva ficaram no mesmo grupo na decisão e começaram a disputa da final do individual geral pelo salto. Primeira atleta do País a competir no aparelho, Flavinha foi a primeira atleta brasileira e com um salto quase cravado fez 13.833. Três atletas mais tarde, Rebeca começou sua participação na final do Mundial.
Em seu salto, a atual campeã do mundo na prova teve um salto quase perfeito. Com velocidade, altura, execução completa, Rebeca só errou na aterrisagem. Com um desequilíbrio ao terminar o movimento, a brasileira acabou pisando fora da área delimitada, foi penalizada em 0,1 e fechou sua participação no aparelho com a nota de 14.700, a segunda maior do dia no salto.
A rotação colocou as brasileiras nas barras assimétricas para a segunda apresentação. Assim como aconteceu no salto, Flávia Saraiva abriu a participação brasileira e, assim como na classificação, teve dificuldades. Com uma queda do aparelho logo nos primeiros movimentos, a ginasta terminou 12.633.
Em sua passagem, Rebeca Andrade deu show. Diferente da maioria das ginastas, a brasileira teve uma apresentação limpa. Conseguindo manter o ritmo e completar os movimentos como se espera, Rebeca tirou 14.500, a quarta melhor nota do aparelho no dia, e saltou para o segundo lugar geral na decisão após dois aparelhos.
Flávia Saraiva conseguiu se recuperar da queda nas barras assimétricas no aparelho seguinte. Finalista olímpica em 2016 na trave, a brasileira teve uma apresentação apenas com pequenos desequilíbrios e conseguiu um 14.033, a segunda melhor nota de toda a competição, e saltou para a briga por um lugar no pódio.
Assim como aconteceu na classificatória, a passagem pela trave foi a mais difícil para Rebeca Andrade. Com uma série de pequenos desequilíbrios, a brasileira perdeu alguns pontos, terminou com 13.500, piorando sua nota em relação a classificação e ficando mais de um ponto atrás de Simone Biles na busca pela medalha de ouro no individual geral.
Em seu último aparelho na final do individual geral, Flávia Saraiva teve problemas. Durante sua apresentação, a brasileira sofreu uma queda, ainda no começo, e sentiu um problema médico no tornozelo direito. Desta forma, a atleta terminou com 12.200 e fechou a competição com a 15ª colocação, com um total de 52 699.
Ao som de Beyoncé e Anitta, Rebeca Andrade mais uma vez levantou todo o ginásio na Bélgica. Diferente do que aconteceu na classificatória e na final por equipes, a brasileira acabou cometendo um erro na última série de saltos e pisou fora da área demarcada. Desta forma, Rebeca teve 14.066 e ficou com a medalha de prata, com um total de 56.766
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