Quantos são os desafios aos quais um atleta precisa superar para se firmar no esporte? Sem se importar com as barreiras pelo caminho, o jovem Thamer Villar, de Vila Velha, escreve sua história no atletismo. Aos 20 anos e já apontado como velocista de grande potencial, ele conquistou uma marca expressiva nos 100 metros, no último torneio que disputou, o CBAt/CPB, com o tempo de 10s32. Para fins comparativos, em 2022, o tempo de Thamer era de 10s58.
Sem pressa, o atleta segue treinamentos intensos para atingir seus objetivos, que já estão muito bem definidos. Los Angeles 2028 é o mais palpável, mas quem sabe ainda dê tempo para chegar já em Paris 2024.
"Para este ano a minha meta são os 10s10, e atingir a meta para o revezamento no Mundial. Também ambiciono participar do Sul-Americano, na Bolívia, e do Ibero-Americano, em Cuiabá. Nossos esforços são direcionados para a Olimpíada, que é meu objetivo principal, ainda que reconheça o desafio. Claro que já quero estar nesta próxima, mas estou certo de que para a de 2028 estarei pronto", disse o atleta que tem como técnico Carlos Camilo, que é o mesmo que o de Paulo André, e treina na pista da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Nascido em 2004, Thamer iniciou na carreira em 2017, até mesmo de forma despretensiosa. "Meu professor me levou para o treino de atletismo e foi lá onde conheci o [Carlos] Camilo que até hoje é meu treinador". De lá para cá, o velocista conseguiu destaque no Mundial Sub-20 em Cali, na Colômbia, e foi campeão Sub-18 no Paraguai. Não faz muito tempo, concluiu o ensino médio e recentemente ingressou na carreira acadêmica, no curso de Educação Física numa universidade privada, mas que interrompeu em favor de dedicar-se com afinco ao Esporte. Esta não foi, porém, a decisão mais difícil de sua carreira. Ter optado em manter-se no atletismo, sim. Pois estimulou sua resiliência.
"As maiores dificuldades que vivi foram no começo, por não ter recursos. É muito difícil quando o nosso esporte não tem tanta visibilidade, nem investimento". E quanto à universidade, este não é um desejo que ficou no passado. "Penso sim em estudar, em ter um diploma", diz.
Com 20 anos e muita vida a percorrer, o rapaz tem como referência profissional o velocista americano Noah Lyles, não apenas por seus excelentes índices mas por seu discurso assertivo em favor do atletismo e presença marcante nas pistas. E se há quem diga que o destino é traçado nos caminhos da palma da mão, são nas raias que a vida de Thamer se equilibra. E onde ele sabe que é preciso, mais que nunca, prosseguir.
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