A estrela Simone Biles se uniu às compatriotas McKayla Maroney, Aly Raisman e Maggie Nichols para enviar ao Congresso dos Estados Unidos uma carta pedindo a dissolução da diretoria do Comitê Olímpico e Paralímpico nacional (USOPC). O motivo é a insatisfação das atletas, que estão entre as mais de 200 vitimas de abusos sexuais cometidos por Larry Nassar, ex-médico da equipe americana, pela falta de proteção da entidade às ginastas. No texto, endereçado aos senadores Richard Blumenthal e Jerry Moran, as ginastas elevaram o tom contra o Comitê e afirmaram que a "prioridade máxima" do órgão era "ocultar a culpabilidade e evitar a responsabilização" de Nasser."A diretoria do USOPC não tomou nenhuma ação investigativa depois de saber que Nassar era um agressor. Fazemos esse pedido após anos de paciência, deliberação e compromisso não correspondido para aprender com nosso sofrimento e tornar o esporte seguro para as gerações futuras. Acreditamos que as ações anteriores da diretoria demonstram uma relutância em confrontar os problemas epidêmicos com abusos que atletas como nós enfrentamos e uma recusa contínua em buscar uma reforma verdadeira e necessária do quebrado sistema olímpico", diz a carta.
Em resposta, a diretoria do Comitê se defendeu, ao afirma que "a carta faz referência a questões que o USOPC tem abordado por mais de dois anos e o trabalho que continuamos a fazer todos os dias".
O ex-médico da equipe dos Estados Unidos foi condenado a até 360 anos de prisão em fevereiro de 2018 por ter molestado 265 mulheres. As vítimas ainda buscam reparação da USA Gymnastics (Federação Americana de Ginástica) e do Comitê Olímpico e Paralímpico Americano.
Biles e as ginastas se baseiam em um projeto de lei aprovado em agosto de 2020, que concede ao Congresso o direito e os meios de dissolver o Conselho de Administração do USOPC se considerar que o órgão não está cumprindo seus objetivos, conforme descrito na Lei de Esportes Amadores de 1978.
"Acreditamos que é hora de o Congresso exercer sua autoridade sobre a organização que criou, substituindo toda a diretoria do USOPC por uma liderança disposta e capaz de fazer o que deveria ter sido feito há muito tempo: investigar com responsabilidade o problema sistêmico de abuso sexual dentro das organizações olímpicas, incluindo o USOPC, e todos os esforços para escondê-lo - diz outro trecho da carta.
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