O surfista capixaba Rafael Teixeira está bem mais perto de onde quase todos os surfistas miram estar. O atleta, natural de Vila Velha, se credenciou a disputar o WSL Challenger Series, classe intermediária e divisão de acesso da World Surf League (WSL), onde estão as maiores feras do surfe mundial como Gabriel Medina, Felipe Toledo, Ítalo Ferreira e outras grandes estrelas.
E foi a última etapa do regional do Qualifying Series (terceira divisão do surfe mundial), que aconteceu no início deste mês, que Rafael Teixeira selou sua vaga do para o Challenger Series. Ao longo do circuito ele competiu nas regionais da América do Sul, do Norte, Ásia e África.
Com o início da temporada do Challenger agora em abril, o surfista capixaba se prepara para o sonho de chegar à elite. Porém, o caminho não é nada fácil. “São vários eventos pelo ano com diversas pontuações no qual se somam os quatro melhores resultados de cada atleta”.
Mesmo ciente do tamanho do desafio, Teixeira etá muito motivado para conseguir chegar à elite. “Venho amadurecendo como competidor. Tenho me preparado mentalmente e não apenas surfando, já que, reconheço que nesta fase todos surfam bem. O diferencial está no mindset, na cabeça. Eu não estava preparado anteriormente. Este é o terceiro ano consecutivo na Challenger e estou numa constância produtiva. Agora é colher os frutos”, pondera. Em consonância ao treino mental, com a yoga, o atleta faz treinos físicos com exercícios funcionais.
Os principais resultados de Rafael que o credenciaram a estar no grupo de acesso foram quatro: uma terceira colocação, na Bahia, um quinto lugar em Saquarema e dois nonos lugares. Caso alcance nível para competir a liga principal, o Championship Tour, Rafael será mais um brasileiro no grupo. Desde 2014, o Brasil é campeão no masculino. Apenas em 2016 e 2017 o país foi suplantado pelo havaiano John John Florence. Em 2020 o torneio foi cancelado em decorrência da pandemia de Covid.
Rafael mora em Vila Velha e treina na Barra do Jucu e na Ponta da Fruta, que segundo ele, são os lugares com ondas mais constantes aqui no Espírito Santo. Segundo contou à reportagem de A Gazeta, o começo no esporte veio por conta de ele ser uma criança hiperativa. “De certo modo, entrei no surfe em razão de minha mãe ver no esporte uma forma de eu gastar energia. Inicialmente como forma de me aquietar, o surfe acabou fazendo parte da minha vida e hoje estou aqui, no circuito mundial”, disse.
Por ser único do estado na disputa para entrar na elite, Rafael acredita poder influenciar outros capixabas a praticarem o esporte. “O surfe está em ascensão aqui no ES. Cada vez mais vejo uma molecada surfando, e a partir do momento em que temos um atleta, e espero que seja eu, creio que isso vá estimular ainda mais as pessoas, ao ver um ídolo mundial surfando em águas capixabas”, finaliza.
O circuito mundial é dividido em três séries: o Grupo A, principal, onde está a elite do surfe mundial; o Grupo B - o Challenger Series, que, hierarquicamente fica numa posição intermediária entre a primeira divisão e o Qualifying Series, que é a base da pirâmide e onde constam os jovens surfistas, das divisões regionais.
O Challenger é formado por 80 competidores. A regional sul-americana classifica os sete melhores, a regional da América do Norte tem direito a oito vagas. Com os atletas classificados das regionais Ásia e África e mais outros convidados para competição dos outros territórios acima citados e mais alguns convidados, o ranking fecha com 80 competidores, sendo que apenas os 10 melhores garantem um sugar na WSL.
De abril deste ano até março de 2025 serão disputadas duas etapas na Austrália, uma na África do Sul, uma na Califórnia (EUA), uma em Mafra (Portugal) e uma em Saquarema (RJ). O índice dos atletas será computado e constituirá um ranking final, que determinará os habilitados para o Circuito Mundial do ano seguinte.
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