Imagine encarar um paredão d'água do tamanho de um prédio de aproximadamente quatro andares? Foi justamente isso que o carioca Ian Vaz, de 24 anos, fez no dia 21 de julho, na Laje da Avalanche, em Vila Velha. A incrível onda de 11,2 metros de altura surfada rendeu a ele o Prêmio de Ondas Gigantes do Brasil e ainda o credenciou para a disputa do Gigantes de Nazaré, em Portugal.
Extasiado com o feito, o surfista explicou a sensação de desafiar uma onda desse porte. "É algo indescritível para falar a verdade. Foi uma onda muito fora do comum e acredito que das maiores que já tive a chance de surfar. Dá um certo medo, mas ele até nos ajuda a focar no objetivo", disse o surfista.
Surfar nessas condições exige muita preparação, proteção e suporte. Para poder entrar na onda, Ian explicou ter sido rebocado antes de dropar no mar de Vila Velha.
"Uma onda dessas só é possível pegar sendo puxado por um jet (moto aquática). Além disso, é preciso utilizar colete salva-vidas, pois o impacto de uma eventual queda é muito grande e podemos ficar muito tempo submerso. O pessoal que estava comigo (Caio - irmão, e Lucas Medeiros - surfista capixaba) estava atento a tudo também. É completamente diferente do surfe tradicional. A velocidade, a prancha, a execução das manobras, tudo muda", explicou.
Ian tem outro motivo para comemorar: o irmão dele, Caio, ficou em segundo, com uma onda também impressionante de 9,8 metros de altura e surfada no mesmo dia.
"Nós que encaramos essas grandes ondas sempre monitoramos as condições climáticas para saber os melhores locais. Sobre esse pico, o Lucas Medeiros (surfista capixaba de ondas gigantes) nos avisou que teria uma ondulação bacana neste fim de semana. No sábado mesmo eu fiz um treino e fiquei impressionado com o que vi. No domingo, dia que surfei essa onda incrível, estava ainda maior. Foi algo meio surreal", detalhou.
O Espírito Santo não aparece apenas como cenário, o capixaba Rodrigo Cardoso também subiu na prancha, ou melhor, ao pódio. Ele ficou na terceira colocação da premiação, ao descer por um paredão de 8,4m.
"É uma adrenalina sem igual, causa um calafrio no corpo. Foi um dia histórico, estava com um swell incrível e batendo uma onda grande atrás da outra. Sé quem encara uma aventura dessa é capaz de descrever esse momento", detalhou o surfista, que é de Jacaraípe, na Serra.
Com o primeiro lugar, Ian embolsou uma premiação de R$ 7 mil, além de uma vaga na edição do Gigantes de Nazaré. Segundo o carioca, a janela para competir no mar português vai de novembro até janeiro e ele já está em preparação.
"Estou focado nesse objetivo. Quero ir bem lá, mas agora o desafio é ainda maior. Nunca surfei em Nazaré, diferentemente de quando peguei essa onda em Vila Velha, pois já tinha uma noção do que iria encontrar.
As ondas gigantescas da Laje da Avalanche foram medidas pelo oceanógrafo Douglas Nemes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e contou com o apoio do premiado surfista de ondas gigantes Carlos Burle.
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