Em maio, a capixaba Pâmella Oliveira conquistou o inédito tricampeonato do Ironman Brasil em Florianópolis (SC), a mais importante e tradicional disputa da modalidade do País, e o fez pelo terceiro ano consecutivo (2022, 2023 e 2024), sendo a primeira mulher a conquistar esse título.
Para o segundo semestre deste ano, Pâmella ainda está se estruturando para as competições, segundo conta. "Até agosto, não há nada confirmado. Fico na expectativa de fazer a T100, que fiz duas vezes no início do ano. Meu principal planejamento fica para o final de agosto e início de setembro, quando faria o 70.3 - ou seja, meio Ironman, na Europa", diz ela.
Sua vontade, porém, é que houvesse provas de alto nível aqui no Brasil. "Se surgisse uma prova de outro organizador ou de outra metragem, seria bom, porque não treinaríamos nem disputaríamos apenas nas provas do Ironman". Triatleta com duas participações em Olimpíadas na bagagem — Londres (2012) e Rio (2016) — Pamella tem tido bons resultados no segmento, como no Mundial de Ironman do Havaí, no qual completou em 9h18min40, o melhor tempo de uma brasileira na história da prova.
A mudança do triatlo para o Ironman, segundo ela, objetivava uma mudança de ares mesmo. "Eu já tinha anos na natação, estava um pouco sem brilho no olhar de nadar e fazer as provas na piscina. Conheci o triatlo, não sabia a dinâmica, achei legal porque não se faz a mesma coisa sempre, tem a dinâmica dos treinos e não se enjoa tão fácil".
No Espírito Santo, há algumas provas do Capixaba de Ferro - que guardam algumas semelhanças com o Ironman e incentivam a participação de profissionais através de prêmios em dinheiro, estadias ou passagens. Tricampeã da modalidade, Pâmella diz que a sua preparação para o torneio não foi das mais intensas, pois teve menos tempo de preparação.
"Em 2022, quando ganhei pela primeira vez, eu já havia me preparado menos, estava mais focada em outras provas mais rápidas. Deu certo em razão de eu já saber alguns caminhos, mas foi bem complicado. Algo que se repetiu desta vez, em que tive que me dedicar e aproveitar 100%, dosando minhas taxas hormonais, e com grande dedicação. Cheguei na prova sem muita expectativa de grandes feitos e estava consciente de que não tinha sido minha melhor preparação e que não ia bater recordes. Porém, tive uma prova consistente, que não me deu prejuízo, e mantive a liderança com folga. Foi uma prova boa, que gostei muito, e diante de tudo que aconteceu, e fiquei muito feliz".
E como estimular que outros atletas conheçam e se dediquem aqui no Estado? "Acredito que, se realmente as políticas públicas tivessem algo mais definido para fazer com que as pessoas possam ter mais lugares para treinar com segurança ou proporcionem apoio ou exercícios, seria ótimo com infraestrutura. E isso não existe atualmente".
Há anos morando em Santa Catarina e depois de transitar por várias cidades e estados do Brasil, Pâmella tenta manter seu capixabismo. "Saí há um tempo do Espírito Santo, e quando volto, dizem que meu sotaque é diferente. Já viajei muito, tenho orgulho de ser capixaba de Vila Velha, e mostro para as pessoas de onde vim. Levo comigo o Espírito Santo. Tento mostrar o máximo possível o quanto o nosso Espírito Santo é bonito. Inclusive, o fato de eu gostar tanto de banana-da-terra é a minha maior herança do Espírito Santo", finaliza
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